Certamente que se recordam da minha “vitória sobre os fantasmas” da qual vos falei num dos textos mais lidos que escrevi, o “Ganhar terreno aos nossos Fantasmas”. Todas estas vitórias e derrotas, avanços e recuos, não são mais que feridas que doem, que doem porque pensamos nela, que doem porque ás vezes até as vemos, que doem porque “faz anos que a ferida foi aberta” ou que doem simplesmente porque doem, porque nos deixam perdidos, porque fica só o vazio a preencher-nos.
E que preenche o vazio? Preenche o corpo e esvazia a alma… Dá um sorriso em troca da apatia e estagnação interior, dá olhares que só nos pedem lágrimas, dá aquilo que uma vez escrevi para mim, e que agora, bastante tempo depois, divulgo: “Dá um tudo o que era, sem ser nada do que fui”.
Dá-nos nós mesmos, iguais, acordando diferentes…
Porque ás vezes me lembro disto, lembro, sinto, penso e não sofro porque são só Fantasmas… No pensar está a perda, nunca o ganho, os Fantasmas alimentam-se de sonhos irrealizáveis e pensamentos viciados. O sofrimento está sempre dentro da chave do tempo, que não te faz recordar, simplesmente não te leva a esquecer Tentas não esquecer para não perder o “tudo o que era” no passado, e para ser mais eu no futuro. Para olhar o dia, olhar e tentar não ver! Olhar e deixar de ser o “nada do que fui”, olhar e voltar a ser eu, em mim, e em tudo o que era.
Penso nisto e não neles, para não perder terreno aos Fantasmas, para pegar na força e vencer. Porque hoje é uma data importante, uma data que me faz recordar o dia em que o mundo mudou de dentro para fora e não voltou a ser o mesmo para mim.
E assim se faz um desabafo, quando olhamos e vê-mos sem querer… Vê-mos e quase perdemos terreno aos fantasmas… Mas eu tenho pessoas, amigos e até pessoas muito especiais, que me dão força, aí pego a caneta e vejo, aí vejo o que definitivamente quero ver… Os Fantasmas perderam por mais uma noite, começam a somar demasiadas derrotas para resistir por muito mais tempo, e eu posso ser “Tudo o que era…” sendo tudo o que sou.
Fiquem bem