segunda-feira, setembro 24, 2007, posted by Ricardo Mesquita at 9:44 da tarde
E Continuo Perdido.

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quarta-feira, julho 11, 2007, posted by Ricardo Mesquita at 4:53 da tarde
Tira a mão do queixo, não penses mais nisso
O que lá vai já deu o que tinha a dar
Quem ganhou, ganhou e usou-se disso
Quem perdeu há-de ter mais cartas para dar

Excerto de “ A Gente Vai Continuar”
Letra e Música: Jorge Palma

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segunda-feira, julho 09, 2007, posted by Ricardo Mesquita at 3:36 da tarde
O Ponto de Interrogação é hoje mais pequeno. Contudo, acrescentaram-se algumas vírgulas, uns quantos parênteses, certas reticências, dois ou três pontos finais e um ponto de exclamação. E claro, o ponto de interrogação, que apesar de mais pequeno, ainda por cá anda…

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terça-feira, julho 03, 2007, posted by Ricardo Mesquita at 10:01 da tarde
"A minha vida tem estado muito agitada. Não sou um tipo muito certinho, nunca fui. E a rotina que nunca tive está cada vez mais distante."

Jorge Palma no Lançamento do seu Novo Disco: 'Voo Nocturno'

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quinta-feira, junho 28, 2007, posted by Ricardo Mesquita at 1:12 da manhã
 
terça-feira, junho 26, 2007, posted by Ricardo Mesquita at 2:41 da manhã
 
terça-feira, junho 19, 2007, posted by Ricardo Mesquita at 12:36 da manhã
É verdade que já há muito perdi o norte, pelo menos vai para seis meses, mas é inegável que nos últimos tempos, em especial nos últimos dias, se gerou o desnorte completo…

As mais diversas incertezas, algumas desilusões, certas atitudes e sobretudo determinados acontecimentos marcantes ajudaram a que se erguesse um enorme ponto de interrogação diante de mim.

O Passado, como sempre, levanta algumas questões, o Presente acrescenta incessantemente dúvidas e o Futuro é hoje uma incerteza ainda maior. Até o mais ténue dos rumos se desvaneceu. Restou apenas a incerteza… O Desnorte.

É por isso fulcral que pare rapidamente. Tornou-se indispensável que, o mais depressa possível, consiga largar tudo por uns momentos, para que me possa redefinir, de preferência, por inteiro. É necessário parar para reflectir, e posteriormente estabelecer claramente objectivos, definir prioridades, esclarecer vontades, traçar o rumo… E Combater o Desnorte!

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quarta-feira, junho 13, 2007, posted by Ricardo Mesquita at 2:51 da manhã
Quando julgamos ter um jogo minimamente bom, a reacção normal é apostar forte. Já a reacção de quem quer ganhar o máximo possível é subir pouco a parada, esperando que os demais caiam no bluff. Foi o que fiz, limitei-me a ir a jogo, fazendo apostas pequenas. Sabia que o jogo da mesa, apesar de estar minimamente a meu favor, poderia ser batido mas, por razões que desconheço, confiava que podia ganhar qualquer coisa. Tal não sucedeu… Alguém tinha um jogo melhor que o meu, e usando um bluff superior, venceu a jogada. Foi alguém que jogou bem, e por isso merece os meus parabéns. Quanto a mim resta-me o saber… E desta feita, o Saber Perder...

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terça-feira, junho 12, 2007, posted by Ricardo Mesquita at 1:37 da manhã
 
sábado, maio 19, 2007, posted by Ricardo Mesquita at 10:15 da tarde
À muito que aqui não escrevo, mas posso garantir que muito tenho para escrever…

Sobre histórias antigas… Sobre novas andanças… Sobre ausências prolongadas… Sobre regressos adiados…Sobre o fantasma de sempre… Sobre novos fantasmas… Sobre o que deixei passar… Sobre o que soube agarrar… Sobre o que fui… Sobre o que sou… Sobre o que pretendo ser…

Há muito que aqui não escrevo, mas posso garantir que o farei muito brevemente …

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segunda-feira, abril 09, 2007, posted by Ricardo Mesquita at 7:37 da tarde
… sem Pombal, sem as pessoas que estimo, sem as lides que aprecio, sem a vida que gosto…

Três Meses, sem Ricardo Mesquita!

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segunda-feira, março 05, 2007, posted by Ricardo Mesquita at 6:33 da tarde
 
quinta-feira, março 01, 2007, posted by Ricardo Mesquita at 8:13 da tarde

Se o mês passado foi mau, este foi pior. Se a semana passada foi má, esta foi pior. Se o dia de ontem foi mau, o de hoje foi bem pior. A vida cada vez mais parece um poço sem fundo: é sempre a descer… E nem uma parca luz se adivinha. Ainda assim sobrevivo, na vã esperança de melhoras

Saí de onde sempre estive, deixei para trás a minha cidade, abandonei os que respeito dizendo apenas um mísero “até já”. Não sou mais que um estranho em terra estranha. Ainda assim sobrevivo, na vã esperança do regresso.

Vejo os sonhos desfeitos, as vontades contrariadas e o futuro nublado. Sou apenas mais um corpo à deriva num mar de incertezas. Ainda assim sobrevivo, na vã esperança de encontrar o caminho.

Sou apenas uma sombra do que um dia fui, agarrado a fantasmas do passado que teimam em me assombrar. Ainda assim sobrevivo, na vã esperança de ser quem orgulhosamente fui.

Sobrevivo a tudo isto... Mas quando nos roubam as forças nada mais há a fazer senão assistir ao nosso próprio fracasso. Já roubaram as minhas, resta-me comprar bilhete para assistir ao espectáculo.

 
quarta-feira, fevereiro 28, 2007, posted by Ricardo Mesquita at 7:00 da tarde
 
segunda-feira, fevereiro 26, 2007, posted by Ricardo Mesquita at 11:42 da tarde
Exílio: É o estado de estar longe da própria casa e pode ser definido como a expatriação, voluntária ou forçada de um indivíduo. Também pode-se utilizar as palavras, banimento, desterro ou degredo.

Estou exilado à 50 dias. E parece que o exílio vai continuar por tempo indeterminado…

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sexta-feira, fevereiro 23, 2007, posted by Ricardo Mesquita at 1:10 da manhã

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, posted by Ricardo Mesquita at 1:09 da manhã
Tenho Saudades de Pombal… Saudades das longas noites... Tenho Saudades do Scó… Saudades da imperial, do bilhar, do tribal… Tenho Saudades da Várzea… Saudades das conversas, das caças, dos arbustos. Tenho Saudades da Shell… Saudades dos Cachorros, do sabor a 95 octanas, da dificuldade de comunicação… Tenho Saudades do Póquer… Saudades dos feijões, das cartas, do bluff. Tenho Saudades Vossas… Saudades das conversas com o João Pessa, dos códigos com o Pedro Carvalho, das legendas com o Escapa, das bocas ao Zuca, das discussões de cinema com o Carlos, das piadas secas do Mota, da sorte do Folhas, da objectividade do Igor, do atrofio com a Rita… Tenho Saudades Minhas… Saudades do meu lado nocturno, da minha ousadia, e sobretudo, do boémio que há em mim… Tenho Saudades de Pombal…

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quarta-feira, fevereiro 14, 2007, posted by Ricardo Mesquita at 10:44 da tarde


Pelo Título… Pela Letra…

A Banda Sonora de Hoje!

 
terça-feira, fevereiro 13, 2007, posted by Ricardo Mesquita at 10:00 da tarde
Esta será a aparência do "fantasmas" nos próximos tempos.

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segunda-feira, fevereiro 12, 2007, posted by Ricardo Mesquita at 8:58 da tarde
É inegável que o “fantasmas” começa agora uma nova fase. A “libertação” do Pedro transforma o “fantasmas” num “One Man Show”, o que trará menos actualização, menos interesse e principalmente menos qualidade. Ainda assim o “fantasmas” irá sobreviver sob o meu comando, restando apenas saber por quanto tempo. Por fim convido-vos a manterem-se clientes deste blog, ainda que não vos prometa rigorosamente nada, pois assim será difícil defraudar expectativas. E assim começa uma nova fase de fantasmas…
 
, posted by Ricardo Mesquita at 8:44 da tarde
…Eu Vou Continuar!
 
terça-feira, janeiro 30, 2007, posted by Ricardo Mesquita at 9:51 da tarde
Escrevo com um misto de tristeza e orgulho… Tristeza pois perco o companheiro de blog, um dos poucos que consegue realmente ler o que escrevo. Orgulho por ver que cumpriste a missão a que te propuseste a quando do começo do “fantasmas” e por saber que seguirás o teu caminho sem nunca esqueceres o nosso vocabulário. Espero que não mais escrevas para este blog e não necessito de te explicar porquê. Espero também que continues por aí, a ler e a comentar o que ainda tenho para escrever. No entanto não te esqueças que este blog também foi, é e sempre será teu. Um dia farei o que hoje fazes mas por agora resta-me continuar. Despeço-me com “Aquele Abraço” que bem conheces…
ligeiramente triste mas acima de tudo Orgulhoso,
Ricardo Mesquita
PS: Devo dizer que não foi fácil redigir este texto e o meu cinzeiro facilmente o comprovaria. Muito ficou por escrever, mas também sei que não preciso de o fazer. Parabéns Pedro!
 
, posted by Pedro Carvalho at 2:02 da tarde
Lisboa, 21 de Janeiro de 2007

Companheiro,
Amigos, leitores e personagens

Hoje chegou o dia de vos dizer o porquê de achar que tudo o que aqui vos conto já passou, e me deixou. À um ano atrás, começava um projecto arrojado, corajoso, levado necessariamente de forma ardilosa. Na verdade, teríamos tudo para nos cobrirmos de vergonha se todo ele ruísse como ruíram todas as batalhas que nos levaram a fundar tal projecto. Como em outros textos afirmo e para sempre o não modifico: “Não me arrependo de nada que aqui escrevi”.
Nunca em circunstancia alguma, iria trair as traves mestras, do que acredito ser o posicionamento correcto de um homem na, e para a vida. Ninguém me desvalorizou por qualquer palavra proferida neste espaço. Chego até a pensar que tive momentos em que fui temido. Prefiro não acreditar nisso. Aos amigos, e leitores, deve-se as opiniões partilhadas ou contraditórias à minha, que sempre mostraram, mudando quem sou e tornando-me bem mais vencedor a cada discussão que perdi. Das que ganhei, não me vou lembrar hoje.
Prometo-te Companheiro, não sou mais o mesmo que era, quando nos fizemos à estrada. Cabe a ti e a todos os nossos, entender que valeu a pena. Valerá. Sempre!
De todas as lutas, nenhuma foi abraçada sem paixão. Hoje a “Lista S” é uma memória a reter, o fantasma inaugural Presidente da República, o desamor a maior vitória, as festas, um constante dizer: “presente”. Sinto-me um vencedor, com tamanhas voltas que o Destino me deu, e as tremendas reviravoltas que este espaço lhe concedeu.
Despeço-me com o “Poema dos Mais Além”. Hoje sei que teria assim de terminar. Talvez o soubesse desde sempre. Mas se hoje me despeço, também vos prometo ser certo que: “Porque ficamos. As nuvens não.”.
Não voltarei a ser colaborador neste espaço. Abdico assim da posição ocupada, mas nunca da vontade de voltar a ler-te, aqui, sempre que possa.Continua a obra até perceberes que esses se largaram da tua alma. Sempre foi essa a missão. Não me esqueci. Não me esquecerei. Estarei aqui sempre que for preciso, pondo o dedo na ferida, como sabes, como sabem, como sempre.Não escreverei mais sobre os “Mais Além”, mas manter todo o património interpessoal e ético que eles nos deixam será a missão de todos os que deles fazem parte, e lhe dão o coração.
Nem uma palavra aos “outros”.
Que esta saída nada finde, lançando novos desafios e eternizando as vitórias.Este foi o primeiro passo. O mais importante. Eu irei continuar noutras bandas.

Mando-te esse teu “Aquele abraço” e mantêm-te sempre orgulhosamente o que és.

Seguiremos em frente


Pedro Carvalho
 
quarta-feira, janeiro 03, 2007, posted by Ricardo Mesquita at 6:16 da tarde
Se Vesper Lynd foi importantíssima para o surgimento de James Bond, bem posso dizer que Tu foste importantíssima para o surgimento do "Sujeito de grande mau feitio, que fuma exageradamente, gosta de beber uns copos e tem demasiada confiança nas suas capacidades".
E por isso este obrigado é só para ti!
 
, posted by Ricardo Mesquita at 6:15 da tarde
Quero também agradecer a quem me apoiou, a quem confiou, a quem lutou ao meu lado, a quem acreditou, a quem me acompanhou, a quem respeitou, a quem criticou oportunamente, a quem me aconselhou, a quem bebeu e/ou fumou comigo nas minhas longas noites… Muito Obrigado a Todos, pois também me ajudaram a ser quem sou.
 
, posted by Ricardo Mesquita at 6:13 da tarde
Quero agradecer a quem me fodeu, a quem me tramou, a quem me traiu, a quem me falhou, a quem me virou as costas, a quem insinuou, a quem inventou, a quem fingiu, a quem conspirou, a quem aldrabou, a quem enganou, a quem falhou, a quem criticou sem sentido, a quem iludiu e a quem desiludiu… A todos obrigado, porque me ajudaram a ser o "Sujeito de grande mau feitio, que fuma exageradamente, gosta de beber uns copos e tem demasiada confiança nas suas capacidades" que eu tanto gosto de ser.
 
, posted by Ricardo Mesquita at 6:10 da tarde
Nada melhor que começar o ano a recordar os que já passaram. Foi o que fiz. E enquanto recordava, lembrei-me de fazer uns quantos agradecimentos. Eles seguem dentro de momentos…
 
terça-feira, dezembro 19, 2006, posted by Pedro Carvalho at 10:43 da tarde

Feitos castelos densos,
Como que escurecendo o adeus solar,
Assim se prolongam até ser noite,
Nevoeiro e sombras entre a alma,
Salgada mas calma,
Estendida sem terminar.

Somos a corrente que suaviza o horizonte.
Levando para longe o indistinto traiçoeiro,
Vento gélido caminhante perpétuo,
Por cada sol que se vai inteiro.

De longe contemplamos quem somos,
Terra, céu e mar,
Pequenos fantasmas turvam um horizonte,
Mas nós sabemos porquê atravessar.

Navegamos a nossa alma salgada,
Conhecendo as correntes passadas que fomos.
Tocando o céu que nos cabe,
Só com a areia dócil que somos.

De areia feito o corpo,
Remexido pela alma em ondulação,
Beijar o céu é coisa certa,
Porque ficamos. As nuvens não.


Pedro Carvalho 18/12/06
 
sábado, dezembro 16, 2006, posted by Pedro Carvalho at 2:06 da tarde
Sinto-me tão longe, distante…
Tão longe como quem se abeira de ti,
Tão longe como um pensamento feito desejo,
Como um desejo feito vontade,
Como vontade feito ilusão.
Como uma ilusão, de tão longe, perto...

Afasto-me e fico mais perto.
Coração enleado, enredado, enfeitiçado,
Doce ilusão recordar-me de ti.
Saudade não te ter aqui,
Querer-te. Aqui.

Minha alma quer o que lhe foge,
Quer o longínquo, quer o que não toca,
Quer o que sente e o que a faz sentir.
Meus olhos querem. Como sempre.
Querem-te sempre. Querem-te aqui.

Todo eu em uníssono,
Vontade imensa que se não razão,
Paixão então certamente,
Coisa rara, sedutora, emergente,
Que ficamos os dois na minha mente,
Encobertos mas presentes, quentes.


Pedro Carvalho 16/12/06
 
, posted by Pedro Carvalho at 1:25 da tarde
"Quem não recorda o passado, está condenado a repeti-lo."

Jorge Santayana


Quase a fazer um ano de existência, muitos motivos para este blog fazer muitos mais...
 
sexta-feira, dezembro 15, 2006, posted by Ricardo Mesquita at 3:04 da tarde
Certo dia, como em tantos outros, as coisas não me corriam bem. Pelo meio de tanto de problema lá soltei a típica frase: “Só me calham duques e cenas tristes”. O dia continuou, até porque por muito mal que as coisas corram os ponteiros do relógio não param. No final da tarde compreendi que, apesar de todas as vicissitudes, tudo se tinha resolvido.
À noite havia póquer para descomprimir. E no jogo, como na vida, também só me calharam duques e uma sena triste. E então? Então ganhei. É que um póquer será sempre um póquer, nem que sejam só duques e uma sena triste.
 
quinta-feira, dezembro 14, 2006, posted by Ricardo Mesquita at 7:57 da tarde
 
, posted by Ricardo Mesquita at 7:56 da tarde
Hoje estou num daqueles dias que me apetecia recomeçar tudo de novo. Certamente todos já pensaram nisso. Como tudo seria diferente se pudéssemos começar do zero, sabendo o que actualmente sabemos, até pelo simples facto de já conhecermos os números do euromilhões.
Mas como é óbvio, não era propriamente a isso que me referia. Referia-me sim, aqueles gestos ou actos bastante simples mas que posteriormente se revelam extremamente importantes. Por exemplo, bastaria uma cruz num quadrado ao lado, um olhar distinto ou uma palavra no momento certo para tudo ser diferente. Seria melhor? Pior? Jamais saberei, mas seria certamente diferente.
Não é que me arrependa do caminho que segui, pois ainda que tortuoso foi graças a ele que me tornei no sujeito de mau feitio que tanto gosto de ser. Simplesmente hoje apetece-me pensar como seriam as coisas se tivesse dito a tal palavra no tal momento, se tivesse feito o tal olhar, se tivesse dito a tal palavra no tal momento ou se tivesse colocado a cruz no tal quadrado.
Seria Diferente…
Ricardo Mesquita
2/12/06
 
quarta-feira, dezembro 13, 2006, posted by Ricardo Mesquita at 6:51 da tarde
O meu último post neste blog remonta ao já distante dia 23 de Setembro. Volto a postar 81 dias depois, sem poder prometer a regularidade que desejava. Mas relativamente à minha ausência muito se passou ainda que não possa dizer que as coisas estejam diferentes.
É certo que durante a ausência embarquei na estranha aventura do ensino superior na Universidade Internacional da Figueira da Foz, dando início a um novo ciclo e encerrando (parcialmente) um ciclo demasiado longo. É também durante a ausência que, sem dar conhecimento prévio a ninguém (porque apesar de eu não acreditar em bruxas elas andam aí), fui novamente a exame de condução, saindo desta vez de Leiria com o precioso papel na carteira. E foi também durante a ausência que passei acordado (e molhado) a trágica noite de 25 de Novembro.
De qualquer forma, durante a ausência continuei a alimentar os meus sonhos. Durante a ausência continuei a estar no scó fim-de-semana após de fim-de-semana. Durante a ausência continuei a viver intensamente cada episódio de LOST. Durante a ausência continuei nas reuniões, deslocações e actividades da JS. Durante a ausência continuei a fumar impulsivamente. Durante a ausência continuei a beber… bem na verdade nem por isso, mas tenho pena.
Mas na generalidade, durante a ausência continuei a fazer o que sempre fiz: a pensar, a questionar, a criticar, a gozar, a alcançar, a escrever… a viver!
E hoje, 81 dias depois, estou de volta, sabendo que nunca estive ausente…
 
terça-feira, dezembro 12, 2006, posted by Pedro Carvalho at 6:39 da tarde
Tu entregas-me um caminho,
Ou eu te entreguei o meu,
Como duas aves migrando,
Voando no alto desse monte distante.
Como sempre acreditando no horizonte,
Desembrulhando o mundo com ternura.

Nos tesouros tem o mundo uma prenda guardada,
Esse teu coração que se esconde entre as nuvens.
Nas imprecisões dos meus sonhos onde te vejo,
Subo qualquer céu azul para te alcançar.

Em cada noite que passa,
Entre os suspiros da Deusa da Lua,
Me apareces e me escapas levemente,
Acendendo cada estrela que corre no céu,
Em desenhos, mais que brilhos a sorrir.

Lanço a caneta ao céu morno de cetim,
E vejo-a dançar na liberdade que emana.
Nessa liberdade que me deixa feliz,
Uma alquimia iluminada ao luar.


Pedro Carvalho 12/12/06
 
sexta-feira, dezembro 08, 2006, posted by Pedro Carvalho at 1:47 da tarde
Olhava a janela como tantas vezes faço. Perdão, olhava para o lado de lá da janela. Eu sei, eu sei… Tanta e tanta gente diz ver o mundo e saber ciências ou até conhecer homens e ideias só por olhar para a janela. Não sabem nada de facto, e o choque será maior quando um dia abrirem a janela e olharem realmente para o mundo, não aquela imagem que se vê na janela mas toda a urbanização humana do lado de lá do vidro.
Não, desenganem-se todos os que se já começam a sentir ofendidos. Na verdade isto acontece com muita gente. Eu próprio já me pensei olhando o mundo quando na verdade nada mais que uma janela eu estava a ver. Descobri às apalpadelas que existia saída daquele cubículo e que eu devia querer de lá sair porque lá dentro não sentia as gentes e o futuro. Sentia-me bem no engano de olhar pela janela. Os Fantasmas do Passado, penso que todos eles, nascem duma situação de cubículo delicioso transformado em armadilha silenciosa aquando da nossa percepção que assim não conhecemos o nosso redor. De todos os cubículos por onde estive preso alguns foram mais ilusórios que outros, mais duradouros, mais empolgantes e por isso mais “labirínticos” de sair. Caímos em prisões que se querem perpetuas, o melhor da vida são as fugas.
Hoje sou absolutamente livre de aprisionamentos? Não sei. O aprisionamento caracteriza-se por funcionar enquanto nós não dermos por sua contingência. No entanto hoje abri uma janela para ver de mais perto um arco-íris. Se me esticasse a tocar-lhe saberia que ele me iria fugir. Nunca hei de escorregar num arco-íris, maldita ilusão óptica ou lei da gravidade! No momento em que abri a janela deixei de ver o arco-íris. Algo no vidro provocava uma sensação errada de felicidade. Seria óbvio voltar a fechar-me no cubículo enfeitiçado mas eu não o fiz. O mundo verdadeiro tem vento, molha, faz barulho, tem gente má, e boa também, e acidentes, e notícias, e decisões, e erros, e enganos, e todos os dias acabam muitas coisas e começam algumas. O mundo verdadeiro é medonho se quiserem, mas eu fiquei o olhar o céu desconfortável, olhando fixamente para o lugar do céu onde o arco-íris era ornamento ainda à tão poucos minutos atrás.
Gosto da Verdade. Ela não é melhor ou pior porque para além da Verdade pouco mais existe com que se possa comparar a mesma Verdade. Então, entre a Verdade enegrecida pelas altas expectativas depositadas graças a uma ilusão traiçoeira, e viver para sempre nessa ilusão eu acredito que o melhor da vida são as fugas.
 
, posted by Pedro Carvalho at 12:24 da manhã
Entre uma guerrá já longa, andava um soldado desordenado.
A grande relíquia procurada estava num quartel perfeitamente seguro e inacessível. A paz fácil era um ataque, que seria bem conseguido, pela retaguarda.
Não sei o que ele decidiu e à conta de indecisões à guerras que não acabam.
 
terça-feira, dezembro 05, 2006, posted by Pedro Carvalho at 8:02 da tarde
Às coisas que se passam sem precisar de existir...
 
sexta-feira, dezembro 01, 2006, posted by Pedro Carvalho at 5:46 da tarde
Escrevo o nexo e o lógico,
Neste confuso psicológico,
O grito latente,
Num silêncio dormente,
Rasgo a angústia presente,
Sempre entre o frio e o quente,
De erros e conquistas,
A cada fado seus fadistas,
No meu escrevo eu,
E não me atirem ao breu,
Que eu fico e assim respondo,
O meu mundo não tem dono,
Viajante na irresponsável liberdade,
E que nem me prenda qualquer saudade.
E se um dia passei pelo vago,
Essas memórias hoje trago,
Bebo do cantil viajante,
As forças de seguir doravante.


Pedro Carvalho 01/12/06
 
, posted by Pedro Carvalho at 1:37 da manhã
Escrevo quase sem sentido. Gosto. Mas preocupa-me ao de leve.
Toda a minha semana foi aterefada, mergulhada em compromissos vários, mas a ocupação nunca antes me tinha retirado a serpente da escrita que tantas vezes sentia em mim. Esta semana não escrevi. Nem para mim, nem para vós, nem para outrem. Poderei estar mesmo a cair numa inércia perigosa e prejudicial, mas caio de forma consciente, de forma preguiçosa, entre a tranquilidade feliz e a pausa que pode ser funesta. Escrevo uma espécie de explicação a mim mesmo do que é estar sem escrever uma semana. Não sei o porquê, e sei-o bem. É como algo que me diz que não à tema, que está interrompida qualquer ligação entre o presente e todo o futuro ou passado. Gosto de mim. Gosto mais de estar assim até. Só não gostava de perder esta serpenete enrolada à alma que é a necessidade de escrever. Então, não prometo o mesmo, não prometo as mesmas falas, as mesmas histórias, as mesmas visões, compreensões, destinos, ou futuros. Prometo não deixar de escrever. Nem que isso custe um "escrever diferente".
Gosto. Como que um comando das forças beligerantes em fim de combate, comando vitorioso mas num mar de destruição. Ganhei. Mas tudo está diferente e a calmaria mórbida de uma guerra existe quase que por desfecho natural. Então, lamento a calmaria, mas ela não deixa de ser o melhor dos resultados (ou o menos mal de todos eles).
Preocupa-me ao de leve. Preocupa-me estar neste silêncio de sentimentos, passando alheio pelas batalhas às quais me tanto entreguei (as batalhas justas, pois claro). Eu nunca vou esquecer tais guerras. Não quero medalhas. Arrecadado está tudo, agora o silêncio óbvio, o tal silêncio menos mal que tinha de existir. É o fim. Mas é o fim do que é mau, a guerra. Alívio supremo este fim!
Tudo fez sentido, então faz sentido agora pois claro.
Na calmaria deste fim, esconde-se um homem, agora tranquilo, esperando novas convocatórias, feliz e por isso tão quieto, mas com a promessa de não esquecer a arte do melhor estremecer.
Fiquem bem
 
sábado, novembro 25, 2006, posted by Pedro Carvalho at 5:00 da tarde
"Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar ."

Friedrich Wilhelm Nietzsche



Se existirem leitores imcomodados tambem já encontrámos razão.
 
quinta-feira, novembro 23, 2006, posted by Pedro Carvalho at 10:41 da tarde
Planto uma árvore pequena e frágil,
Filha de minhas histórias e sinais.
A ela lhe dou minha atenção, saber e cuidado.
A ela lhe conto as terras de sua raiz,
A ela lhe conto o seu tronco e seus cortes,
A ela lhe conto suas folhas, persistentes claro,
A ela lhe conto sua flor e o vento que a levou.

Conto-lhe seu fruto, orgulhoso resultado,
Lembrança de quem um dia floriu.
Toco seu fruto, sumo e casca do mais doce viver.
Beijo seu fruto, fruto de quem planta árvores.

Cada árvore, feito símbolo meu.
Frondoso resultado de mágoas antigas.
Histórias que planto no caminho que percorri.
E vale a pena sua sombra e frescura,
E vale a pena trepar-te e ver-me de cima.

Eu sou minhas árvores.
Minha memória, minhas canções, minhas árvores.
Vigorosas nascendo pequenas,
Mas grandes que ficam de tantos Invernos passar.
De paternal velhice irão morrer aquando eu.
Secando na sobriedade de morrer de pé.


Pedro Carvalho 23/11/06
 
domingo, novembro 19, 2006, posted by Pedro Carvalho at 8:32 da tarde
”Vês este vazio por cima das nossas cabeças? É Deus. Vês aquela frincha na porta? É Deus. Vês aquele buraco na terra? É ainda Deus. O silêncio é Deus. A ausência é Deus. Deus é a solidão dos homens.”

Jean-Paul Sartre

Para mim, a mais perfeita definição conhecida. Obrigado, diz a Humanidade.
 
quarta-feira, novembro 15, 2006, posted by Pedro Carvalho at 7:04 da tarde
Lisboa, 15 de Novembro de 2006
Belo dia, solarengo, algo frio, mas suportável. Tempo de sapatilhas, calças num tecido quente, camisa leve mas apoiada num casaco grosso. Saio de casa bem cedo e cedo chego à faculdade. “Olá”, “Bom dia”, “Tudo bem?”, “Como está?”. Após isso concluí que estava “Bem obrigado”. Sucedeu-se a verdadeira bateria de aulas previstas e o almoço. O tempo estava alterado.
As pequenas gotas de chuva guardadas para o meio da manhã encorparam numa chuva forte após a hora de almoço. Tinha coisas a fazer no edifício de ciências económicas e por ali me mantive sem frustração molhada. A chuva não cessou, não conhecia abrandamento momentâneo, complicando esgotos, paragens de autocarro, beirais, acessos pedonais, passadeiras, estradas, passeios e ladeiras. Até ao caos e sem fim. A revolta entoava nos céus e era visível na invisibilidade provocada pelo névoa baixa. Hora de ir embora. Fui.
Entre a faculdade e todo o recinto da Universidade Católica os poucos metros pareciam alargados pelo desconforto pluvial, mas eu segui rumo até ao primeiro ponto de desistência, uma paragem de autocarros. Por lá estavam todos os desistentes da também curta caminhada que haviam acabado de fazer. Eu não me abriguei, e segui olhando o chão naquela que após o segundo minuto era já a maior constipação em potência da minha vida! Todo o viaduto que liga a faculdade ao palma é inóspito em qualquer dia do ano, hoje era mais. Chutava água em passadas seguras e firmes, faltava apenas levantar a cabeça. Algo me fazia seguir sem pensar em paragens nem em chegadas, algo fazia-me apenas caminhar sobre toda a chuva do mundo, algo que apenas a mim me fizera caminhar entre três milhões de seres iguais, algo que tenho dentro de mim sempre. Por carregar numa pequena vela a mais forte das chamas, caminhava eu sobre os mal dizeres do paraíso, num baptismo revigorante. A chuva cai como glória dos distintos. Ao sol que é para todos, rasgava o céu uma chuva que por estandardização social, apenas me molhava a mim. Aos distintos o beijo da chuva.
Porque a chuva não apaga a chama de um “Mais Além”. Porque a chuva tudo banha e porque poucos se deitam nela, caminhava eu. Chegado ao Palma começava a perceber todo aquele andar. Era preciso levantar mesmo a cabeça. Quando chove muito, não chove demais. Levanto a cabeça e na aparente inocência translúcida da água, esconde-se a força de nos cegar. Quando chove muito, não chove de mais. Sigo de rosto vincado no resto do caminho. Olho nos olhos quem não me vence, entro dentro da alma daquela chuva representada no nevoeiro cerrado do metro seguinte, sou o seu pesadelo, o único que não se abriga e escolhe o desafio. Três milhões de pessoas, a chuva, e alguém carregando uma vela. Todos sem ordenação possível perante o dilúvio.
No fim da encosta descida, esconde-se uma esquina a virar sem qualquer reserva. O vento que não me tocara na descida do Palma, serve-se de cada frincha aberta na minha alma para me gelar. Existirá eterno desconforto em cada frincha latente, mas são esquinas que se dobram ao virar de página. Páginas pesadas de dias que nos parecem iguais.
Entre aviões, entoa um trovão de som grave. Já não tenho medo de trovões. Hábito que faz milagres não será hábito de monge. Sem religião a chuva faz milagres. No metropolitano ou no autocarro não chove nem faz sol. Existem então pessoas em porções de cem nesses locais. Até casa o caminho é agora mais curto e desinteressante, porque num quarto de hora o baptismo da chuva me beijou, mostrou-me que nunca chove de mais, mostrou-me que a maior transparência tem a maldade de nos ofuscar, ensinou-me que o nevoeiro tem medo de quem o enfrenta, contou-me o que é um trovão, golpeou-me as frinchas abertas, mostrou-me o que é ser “Mais Além”.
Cheguei a casa e a minha mãe falou-me de temporal. Não tinha sentido nada e a chama que trago sempre comigo estava mais acesa e incandescente que nunca. Acho que não choveu porque para um “Mais Além”, quando chove muito, não chove demais.
 
sábado, novembro 11, 2006, posted by Pedro Carvalho at 9:22 da tarde
O Pastor

Ai que ninguém volta
Ao que já deixou
Ninguém larga a grande roda
Ninguém sabe onde é que andou

Ai que ninguém lembra
Nem o que sonhou
(e)aquele menino canta
A cantiga do pastor

Ao largo
Ainda arde
A barca
Da fantasia
E o meu sonho acaba tarde
Deixa a alma de vigia

Ao largo
Ainda arde
A barca
Da fantasia
E o meu sonho acaba tarde
Acordar é que eu não queria


Letra: Pedro Ayres Magalhães
 
sexta-feira, novembro 10, 2006, posted by Pedro Carvalho at 7:30 da tarde
Não sei que dia é hoje.
Não sei que horas são.
Não sei que astro se ergue no céu.
Não sei se hei-de acordar,
Talvez dormir, talvez jantar…

Não. Eu não vou perguntar a ninguém.
Desabafo ao meu ouvido perguntas soltas,
Aquelas que me fazem durar.

Um dia gostava de viver de verdade!
Correr pelos carreiros da maior evasão,
Numa loucura feliz e sem história.
Não. Não me vou lembrar de nada,
E prometo não contar esta aventura…
Mas eu gostava, ahhh… Como gostava!
Ser loucamente livre. Ser unicamente livre.

Nada existe de mais livre que o alheamento.
Total, incondicional, exagerado.
Não sei que dia é hoje.
Não sei que horas são.
Mas sou tão estúpido e dominável como qualquer outro,
Qualquer outro que tenha de olhar o calendário.

A liberdade, a única sem limites,
Terrível perigo de civilizações aborrecidas e ordenadas,
Não existe em plena Razão. Talvez em êxtase!

Dêem-me a feliz loucura de nada temer,
Nada conhecer, nada procurar, nada memorizar,
Nada ofender, nada correr, nada segredar.
Até nada Ser, se Ser for condicionante!
Dêem-me esse total desentendimento,
E nesse dia entendo toda a irremediável sina,
A estupidez das crenças, modelos e fanatismos…

O que é uma sociedade?
Eu sozinho tenho de memórias e marcas tais,
Que meto sociedades no bolso dos fundos,
Entre a roçada ganga dos preconceitos,
E os forros imperfeitos da justiça.

Mil e uma vez queria lagosta, comi pão!
Injustiça diabólica e “fome social”.
Sou ou não sou uma bela sociedade?
Um par de raras vezes me calei,
Fui de políticas, cosméticos! Até caí em logros!
Sou ou não sou uma bela sociedade?

A justiça vai a oftalmologistas caros,
Os caros cidadãos esperam de pé e a pagar!
Contaram-me ontem que existia “dinheiro”,
Fui visitá-lo ao casino, acho que não é coisa de valor…
Nos media anorécticos e paranóicos dão disso!
Nas finanças parece que tiram, mas é social!

Vi também uns quantos tontos a serem felizes,
Devem ser tontos, todo o social olhava de lado para eles…
Acho que esses não são sociedades,
Não têm dinheiro, preocupações, modas e deuses plastificados.
Deve ser coisa feia não ser social…

Amanhã talvez saiba que dia será.
Dia de contribuição autárquica, Derrama,
Greves, Frustrações, injuriar a Europa, Desemprego,
Votar social blasfemando a sociedade…
Enfim… Quase por fim…

Vou ler um livro, escrever uma aberração social,
Ver quem chora de sede e guerra,
Dar-lhes uma mão e ser diferente.
Isto do social cansa, queria ser diferente um dia…
Isso! Ser livre!
Não há no supermercado?
Então que se dane! Compro banalidades!
Enfim… E agora por fim…
Sentido com o carinho que lhe confiarem.

Gostava de beijar todos os que amo.
Os meus lábios são livres naquelas bochechas…
Escrevi um talvez não isto sei lá! Isso mesmo!
Escrevi mergulhado na angustiante sociedade.
Então escrevi linhas talvez não isto sei lá.
Escrevi-as de livre e finalmente espontânea felicidade.


Pedro Carvalho (não datado)
 
domingo, novembro 05, 2006, posted by Pedro Carvalho at 1:49 da tarde
Ultimamente este blog não tem sofrido significativas alterações, coisa que em breve vai mudar, isto porque tenho estado bastante ocupado e só agora me voltei a libertar para outras coisas que não a minha ocupação diária, e por vezes até alguns compromissos sociais. Por isso, ando a fazer uma espécie de antevisão daquilo que em breve sairá neste blog. Será uma crónica de âmbito abrangente, sobre as primeiras reais impressões de fundo sobre Lisboa. O trabalho já tem nome: "O Império da Cegueira" e espero que não só seja publicado brevemente, como também, vá ao vosso interesse e se possível encontro.
Posta a explicação, esperem notícias.
Fiquem bem
 
sábado, novembro 04, 2006, posted by Pedro Carvalho at 1:59 da tarde
Uma pequena nota para apenas referir que quando volto, ainda me faço desconfortávelmente notar para alguns. Aos que andam mais assombrados não é verdade...

Aos outros, esses pelos quais regresso sempre que posso, até ja.
Fiquem bem
 
segunda-feira, outubro 30, 2006, posted by Pedro Carvalho at 4:38 da tarde
Acabo agora mesmo de estudar para a frequência de matemática e instala-se um silêncio e um vazio neste meu quarto que me incomoda. Para o quebrar, vou directamente ao computador e escrevo sem destino (raras vezes as que não passa por um papel). Abro uma página do processador de texto e coloco logo título, chamo a este texto “Logo se vê”. Porque agora escrevo apenas para que o barulho do teclado suplante o silêncio complicado de digerir. Sinto-me a escrever livremente, e assim vou desabafar. Acabo de perceber então que este texto vai para o “Fantasmas” mais dia menos dia… Contínuo a escrever… Estou fluente e vai-me saindo, sempre ao mesmo ritmo, quebrando o silêncio, com esta cadência, este compasso, com este tom…
Sinto-me mergulhado num paradoxo que mais parece um puzzle, de tão complicado que se me oferece a solução. Percebo nos últimos dias que são os momentos de maior ocupação que me trazem mais fluentemente à cabeça “Fantasmas do Passado”. Sinto-me tremendamente estranho nesta condição… Sinto que “Fantasmas” de sempre guardados como que esquecidos, têm ocupado a minha cabeça, especialmente ao deitar. Não existe qualquer explicação racional para tal facto e isso lança-me no maior dos desassossegos!
Conheci um jovem na minha faculdade, que só consigo caracterizar de uma forma: um rapaz diferente como tão poucos outros… Por tal ausência de caracterização começo a nutrir amizade e acima de tudo uma estranha admiração por todo o seu mundo. Partilha comigo o total alheamento a que parece se ter orgulhosamente votado, no meio de toda aquela vasta panóplia recheada desde os mais brilhantes aos mais tristemente destituídos de qualquer senso; no entanto, jamais seremos sequer parecidos na forma como encaramos uma qualquer missão que possamos ter no mundo, e como somos diferentes no saborear de cada minuto…
Não seria minimamente lógico interromper o meu desabafo para falar de uma nova personagem da minha vida académica, no entanto, este parêntesis não é mais que a continuação de todo o desabafo. É que a sua forma de encarar o mundo torna os seus Fantasmas, leves dores de um caminho, a ser percorrido na mais breve calmaria de um pôr do sol de Verão. Talvez as ondas do seu mar sejam desprovidas de espírito, talvez prefira sentar-se na areia.
Eu prefiro saltar a correr e sentir o beijo do vento na cara, prefiro a maior onda do oceano no meu coração, a um coração sem ondas, prefiro sempre o “Mais Além”. Mas pela primeira vez, uma forma de estar que não a dos “Mais Além” tem o leve trago do encanto na minha boca. A minha alma, cavalo selvagem de sensações, está carregado de feridas de tanto correr. O homem que se sentou na areia no pôr-do-sol, não conhece o mundo, mas apenas se sente dorido de manter toda a vida a mesma posição.
Ambos iremos morrer, mas quem saberá o que realmente vale a pena?
 
sexta-feira, outubro 27, 2006, posted by Pedro Carvalho at 7:15 da tarde
A cidade esta deserta.
E alguem escreveu o teu nome em toda a parte:
Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo o lado essa palavra repetida ao expoente da loucura,
Ora amarga, ora doce,
(...)

Ornatos Violeta


Porque sim. Ou porque não sei bem...
 
quarta-feira, outubro 25, 2006, posted by Pedro Carvalho at 1:11 da tarde
Hoje fiz uma “maratona” necessária para quem leva estas coisas a sério. Algo de extraordinário, do alto da sua imprevisibilidade aconteceu. Comecei a ler textos do “Fantasmas”, li como se fossem histórias de alguém que não conhecia. Estava a gostar, tanto e de tal forma que li mais de metade do blog.
Pasmei perante frases que eu próprio tinha feito em tempos que correram e que fizeram correr. Reparei que este blog não vai ter um fim quando li “Oliveiras de vida”, “Que haja mais luz”, “A história dos Mais Alem”, “Quando ganhamos terreno aos nossos fantasmas”, “Deixemos de caçar”, mais recentemente o “Aos que tem medo d’ Fantasmas do Passado”, já à muito tempo atrás o “Pensamentos, sonhos e nadas”… Enfim, uma panóplia bastante apreciável de sorrisos, actos, lembranças, lágrimas, desafios, respostas, vitórias… Invadiu-me um tremendo orgulho!
Tive particular interesse em ler o ido texto de 9 de Abril “A estória daquela fotografia” , gostei mais de o ler à distancia tão mais tranquila do tempo que no momento da escrita. Achei-lhe piada, achei-me com piada na caótica turbulência dos meus dias e achei-me para ali a ler e ler e ler…
Achei-me como espero achar-vos a vós. Como espero achar aqueles que conheço e sei que lêem com interesse. Noto que tudo o que escrevo no “Fantasmas” nunca é tema de conversa de café com nenhum dos leitores conhecidos, mas é sempre tema de assuntos fantásticos. Noto também que seria grande o prejuízo em parar, e seria mais curto o contributo que eu daria para mística que carregam grande parte das amizades que hoje alimento com gosto. Hoje sou o grande amigo de alguns grandes amigos. Com as qualidades e defeitos de sempre, mas com a particularidade de ser o “menino daquelas frases”. Gosto disso. Os meus grandes amigos gostam disso.
E é por mim, pela minha consciência, valores pelos quais tento primar e também pelo simbolismo que tem cada um destes textos que continuo como no primeiro dia, sempre a evoluir passo a passo mas com muito gosto em aprender, procurando sempre a Luz, aquela que tanto marca este blog, e felizmente as decisões da minha vida.
E para continuar a haver Luz, siga a emissão.
 
sábado, outubro 21, 2006, posted by Pedro Carvalho at 4:53 da tarde
Dei uma enorme bancada cerebral: pus-me a ver as fotos de Loret…
 
segunda-feira, outubro 16, 2006, posted by Pedro Carvalho at 6:18 da tarde
Pombal, 14 de Outubro de 2006

Estou no local a que se dá por nome de Bixo. Pedi ao Sr.Mário um pequeno papel e uma caneta. Ele aprovou, parecendo adivinhar que necessitava de escrever.
Vi ali sentado um menino, um menino como outro qualquer. Totalmente alheado aos maus exemplos que aqui o rodeiam. Mas não são maus exemplos pelo que fazem. Respeito, admiro. São maus exemplos pelo que não o conduzirão a fazer, pelo mundo que lhe não irão conseguir abrir. Um mundo que não conhecem, porque também eles foram meninos, mergulhados nos mesmos exemplos de desistência. Também eles uma vez foram meninos que deixaram de acreditar. Exemplos desse tal mundo que também nunca ousaram poder conhecer. São filhos das gentes. Das gentes que precisaram de crescer à velocidade da fome. Condenados ao tempo em que nasceram. Condenados à cegueira, ao campo atrasado de tão infértil e cruel, condenados à fábrica barulhenta, de tão mecanizada e frustrante.
Estes homens têm tanta culpa do que são, mas tão pouca culpa do que se tornaram…
Tenho pena deste menino. Existe tanta possibilidade em ser pobre e genial como em ser rico e improdutivo. Existe uma vã esperança em ser sonho concretizado. Sonha menino! Sonha e lança sonhos ao mundo, os teus e os meus se puderes. Lança aquilo que me faz acreditar em tudo o que os privilegiados fazem este mundo esquecer.
Quero orgulhar-me de ti criança. Como as outras tão diferente na condição. Foste votado ao mundo onde nasceste. Como eu, como os teus pais, como todos, votados à condição.
Condenem-nos a todos à imprecisa e esquecida liberdade, não a essa de ir votar aos Domingos, mas à liberdade de querer nascer igual.
Quero essa, a liberdade frustrada desde o pó egípcio sobre o Nilo às labaredas de Roma, essa falhada de Carlos Magno ao Império da Áustria, essa perdida no fundo convenientemente esquecido dos baú Romanov às artes dos Médicis de Florença.
Essa menino. Talvez não consigas, talvez nem consigas ser menino, talvez seja um sonho.
Quero sonhar assim, toda a vida assim…
 
, posted by Pedro Carvalho at 5:44 da tarde
Eis a indubitável verdade do ser: "Tenho reinado muito tempo. Os meus inimigos odeiam-me, os meus súbditos amam-me, os meus aliados respeitam-me… Nesta situação contei quantos dias tive de pura e genuína felicidade na minha vida: foram catorze! Oh homem, não confies nas coisas terrenas."

Califa Abdurammon
 
quarta-feira, outubro 11, 2006, posted by Pedro Carvalho at 6:09 da tarde
Conto-vos hoje uma história real. A parte da minha história real, minha com um adocicado toque de "nossa história real". A Quinta do Regato tem um verdadeiro conto que merece ser contado. O conto que vos conto, é a razão cimeira de minha presença contínua no Regato, no verdadeiro Regato, naquele Regato dos poucos, ou no Regato dos que sobram se preferirem.
O Regato tem magia. Pois bem, acabo de vaticinar algo de trivial! Mas quem sabe se todas as terras não têm a sua magia? Não têm. É uma questão muito nossa eu sei, mas existe no Regato mais do que a já famosa manifestação amigável e de companheirismo. O Regato carrega histórias passadas, enganos, alegrias, toques, memórias, cantinhos, fotografias… Carrega e carrega-nos por vezes. Ao Regato devemos lições que nos tornaram o que somos. E como me lembro eu de um menino tantas e tantas vezes deixado lá atrás, hoje mais crescido, e sim podes ser tu companheiro dessas horas que agora lês o que conto e te lembras de ti, de mim e do Regato, os três juntos lá, como agora.
No Regato, não raras vezes tive momentos maus, mas só num deles saí dali, disse a quem de direito que estava cansado, estava, estava o suficientemente cansado para não conseguir viver a vida e saí. No Regato vive-se tudo a valer, não vale desistir, não vale esquecer. Vale apenas sentir tudo, de toda a forma, em toda a oportunidade frequente naquelas noites.
Permitam-me recordar o Regato como o hino à liberdade e confessionário dos pecadores. No fundo, é um nosso avô, o ombro secular de mão dada com os seus fieis, seguidores numa irmandade sem precedentes.
E esperam vocês o conto não é verdade? Pois olhem numa noite escura, muito escura, negra na vossa alma, para o que vos rodeia. Sentes-te triste, sozinho e só mais um entre tantos… Então agora sê um dos privilegiados, não em ir ao Regato, mas em sentir o Regato. És um deles? Então, vai à eira, sobe o pequeno muro de pedra tosca, respira fundo, limpando as nuvens negras e estranguladas dentro de ti, faz silêncio, ama o silêncio e olha em frente… Pombal. Pombal à noite. Uma cidade na sua ocupação atabalhoada.
Estás no Regato, na mais perfeita paz de espírito, numa comunhão perfeita entre ti, o teu passado, a eira, os medos e o futuro. Sente a maior lição e testemunho de confiança que aquelas oliveiras, aquela carroça, aquele campo te dão, se eles falassem diziam-te: “Tu és um dos que estás aqui e percebeste o porquê de aqui estar, em troca te damos o privilégio de estar por cima, de ver por cima. Lá em fundo vês o esforço das barreiras passadas e por passar, mas tu estás aqui, por cima do escuro, do medo e da falsidade.” E se algum dia eu lá voltar faria o mesmo podem querer, porque aquele menino que fomos, tivemos muito orgulho em ser.
Sobre o Regato um dia escrevi: “Vou-me embora de ti,/Regato em pousios de sensatez,/Saboreando ventos de luzes lá em fundo”.
Ao Regato o meu "Adeus cansado mas na tranquilidade e paz inestimáveis de sempre".
 
quarta-feira, outubro 04, 2006, posted by Pedro Carvalho at 3:52 da tarde
Todo o caos do mundo,
Exprime a sua verdadeira ordem e essência.
No caos se espelha o que de mais natural espero:
A imaginação, a liberdade e a audácia Humana.

Porque haveria eu de seguir os escritos?
Escrevo a minha história com o meu dom,
Para assim me tornar o mago da Realidade,
Da minha Realidade estilhaçada por espíritos múltiplos.

No meu mundo, o nevoeiro da manhã,
Opaco de claros desconfortos,
Some-se a cada lágrima que brota da minha tristeza,
Secando a cada sorriso luminoso do sol,
Que se põe solarengo e molengão no final dos meus dias.

Todos diferentes, escolhendo-me seu narrador e personagem.
Assim é a minha Realidade desconexa.
Conjuntos solitários de tão diferentes a cada dia,
De formas tão disformes a cada sentimento pulsado.

Toda a minha Realidade é o espelho do meu mundo.
A Realidade sou eu, a memória, a dor e o intelectual.
O resto reza o esquecimento.
Só a Realidade a mim me fica e me cabe.

Pedro Carvalho 27/09/06
 
sexta-feira, setembro 29, 2006, posted by Pedro Carvalho at 7:34 da tarde
Lisboa, 18 de Setembro de 2006

Sentado, recostado e à janela. Assim observo à noite a cidade que não vi de dia. Por lá passei misturado neste Melting Pot urbano, amálgama de cores, luzes, sons, sinais…Mas não estive lá. Limitei-me a cumprir o dever de mais um alienado do tempo escasso.
Escrevo à meia luz de quem quer manter o escuro. Tranquilo e em paz. Estou tremendamente preenchido por inúmeras ideias a saber, foi este o meu caminho, o de saber ideias. Se me fechar ao fechar a janela, não ouvirei nada até ao acordar de amanhã. Mantenho-me aberto, como a janela. Aberto sem ter ligado sequer a televisão. Não sei o que se passa no mundo, este testemunho pode hoje ser banal porque nada mais sei que a minha realidade, a realidade da minha janela e da minha visão, também ela tranquila e em paz, pedindo-me inocente para que retire os óculos para que hoje possa ver em desfocado, numa realidade ainda mais vaga.
Não estou minimamente confuso ou triste hoje, muito embora me sinta estranho, razão tão suficiente para aqui vos escrever.
A razão primordial da minha existência, ser feliz, é hoje que como engolida por todo o comboio atropelante que é viver na capital, entre o inicio do sonho e o fim de um pensamento passam sete autocarros (todos eles atrasados), e três aviões, rasantes aos sonhos de quem quer voar sem asas um dia. No entanto, nunca me senti tão enérgico na minha secundária finalidade de vida que é a de fazer carreira. Estou-me a dedicar muito nestes primeiros dias de faculdade.
Permitam-me ainda que acrescente que esta visão “janelar” do mundo, em nada ofende a razão primordial da vida humana por estas bandas, a tão banal e enfadonha finalidade que é consumir, essa é só importante entre o Colombo e o Corte Inglês, ou entre a definição de Economia de Samuelson que tenho de saber. Mas por mais banal, muito embora fervorosa que seja, é intrínseca a todos os que aqui vivem, é respirável a cada cheiro queimado, é ouvida a cada sirene, é enovelada a nós em cada nó de Metro. Foi talvez essa a única vivência que hoje tive de Lisboa. Porque como, porque bebo, porque me desloco, porque estou vivo, aqui sente-se muito mais uma finalidade última de nós mesmos, a finalidade do descartável.
Isto não é Lisboa, mas isto também é Lisboa, e é muito Lisboa.
Fiquem bem
 
quinta-feira, setembro 28, 2006, posted by Pedro Carvalho at 1:05 da tarde
Fui a um blog Coimbrão onde uma rapariga que não conheço escreve isto: “Não vou permitir que esses fantasmas possam ameaçar o meu presente e perseguir o futuro... Não quero! Acredito num Amor indestrutível, capaz de fechar estes fantasmas do passado numa caixa preta sem luar...” .
Sabem, vivo uma fase de imenso orgulho na forma como tenho espelhado os fantasmas da minha vida na escrita que faço cada vez mais regularmente. Mas duas coisas fazem-me reparar neste excerto de um outro blog que não conhecia, a primeira é que as pessoas procuram fugir aos seus fantasmas, fogem a si. A segunda é que mais frequentemente que o devido, é confundido desgosto amoroso com fantasma, confusão que torna curta a manobra de quem escreve num “Fantasmas do Passado”.
Essa confusão é, na minha opinião indevida quando a vida de alguém preocupado com tantas coisas que o rodeiam é afinal de contas, um antro de fantasmas que nos dão a benção de nos questionar-mos. É essa a magia.
Porque também em Fantasmas há magia. Posto toda esta explicação, siga a emissão.
Fiquem bem
 
terça-feira, setembro 26, 2006, posted by Pedro Carvalho at 1:08 da tarde
Vejo-me translucido num vidro de comboio, o sol baixo cega-me como me sempre cegou talvez, em toda a minha longa viagem, que nos cansa, nos põe tontos, cambaleando a cada ferida que se abre. Por mais espelhado que seja o caminho, por mais trigo já colhido, por mais vento que ondule no olival, por mais charco, pedra, carreiro, girasol, rosto, estação do ano, apiadeiro, tudo na sua natural desordem arrumada, nós penamos, mas não nos cansamos de estar aqui pelo trago vitorioso de simplesmente chegar. Chegar sempre e a horas pouco certas, tal como não mandam os bons cinismos e cobardias.
Livres. Nós, todos aqueles tão poucos, os que ninguém entende por serem aquilo que a consciência mais facilmente entende e todos os dias os corpos arrependidos do que são renegam, nós, somos os "Mais Além". Tambem existe coragem no ser mais fácil, que é ser apenas o que se é na verdade. E a magia de ser "Mais Além", reside em ser aquilo que todos deviam ser, mas tão poucos o conseguem, porque afinal de contas, parece ser mais fácil esconder, mentir, fugir, ser políticamente correcto, ser falso, ser pedante, ser o que não se é, e tornar-se tudo isso, do que deixar-nos simplesmente ser aquilo que sempre fomos, com todas as consequências que nos fazem penar, e chegar como mais ninguém. E somos loucos entre vós, concretizamos aquilo que a vossa pequenez desconhecia poder de facto existir para além dos filmes: a lealdade, a coragem, a humildade, a energia, a diferença, a vantagem, o orgulho de assim ser, a luz, o penar, o chegar. Além. Tão além que vocês nos deixam de ver e nós ficamos sempre.
Eles não sabem porque corremos à fugida do comboio, eles não percebem porque penamos. Eles nunca se abraçaram a um amigo como quem abraça uma oliveira e sente o seu azeite passado, a sua sombra presente, e a sua frescura à noitinha. E nós respiramos fundo aquele ar ameno que invade o nosso fundo com a mesma tranquilidade.
Eu faço o que não conhecia saber fazer. Vens contente por que te mentes e te pensas feliz, dizer-me que o que de melhor faço não faz sentido? Vens tu que nos trilhos do comboio perdeste os escrúpulos, nos mesmos pelos quais os "Mais Além" penam por gosto porque sabem que chegam e se passeiam por paisagens carregadas de consciências que tantos atiraram borda fora por pesar de mais. Vens tu, que como eles, lançaste a tua consciência ao fundo do comboio, para não perceber o que somos nós, para seres vazio e conveniente à tua degradante vida social e enganadoramente erecta. A tua viagem foi mais curta que a nossa, e do fim da tua linha vês a consciência com falso desprezo, falso porque é fundado num medo terrível de teres consciência e de perceberes quem nós somos. Tu tens medo da dignidade, da verdade e dos teus truques.
Eu aqui te repito, e mantem o desconforto, eu irei repetir sempre: a maior felicidade é penar para chegar. Como um "Mais Além".
Aos que têm medo...
 
sábado, setembro 23, 2006, posted by Pedro Carvalho at 6:03 da tarde
Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac...
Levanta-te, sê escravo do que sonhaste,
Do que sonhaste para ti,
Que tu não sabes o que queres.

Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac...
A torradeira queima, o leite salta,
A chaves de casa, cartões e papelada,
A bomba que caíu, a que valor está o petróleo?

Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac...
Oblitera o bilhete, passa o passe,
Diz bom dia que podia chover mais,
Espera em fila, passa o bilhete, oblitera o passe...

Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac...
Três passadeiras, cinco autocarros,
Dois atropelamentos, o leão que foge do Zoo,
Um carteirista, três Pai Nossos...

Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac...
Cheguei, sentei, ouvi, calei,
Chamam-me intelectual, chamam-me elite,
Quero almoçar, já percebi, urino depois!

Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac...
Já li, calculei, entendi:
Ciência, Matemática, Astrofísica, Arquitectura,
Direito, Mendigo, Aldrabão, Político...

Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac...
Horas certas, pontual, boas maneiras,
Preocupado, infeliz, amarrado.
Para quando ser sem máscara?

Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac...
Rapariga linda, rapaz bem aprumado,
Anel de noivado, chocolates, mentiras,
Fogo de artíficio, fim da paixão, só artifício...

Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac...
Trabalho, sauna, ginásio,
Entrevista, autógrafo, revista.
Conheces-te nas fotografias tiradas?

Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac...
Crédito suiço, paraíso no Haiti,
Conta nas Bahamas, segredos em Vilar Formoso.
Milhões morrem de fome, que sabes disso?

Triiiiiimmmmm!!!!

Acordas para fazer de ti,
Todo o pesadelo em que a sociedade adormece,
Adormeces com ela, morres.

Vieste... Vieste ser social,
Confundiste felicidade com utupia,
Escondeste-te e vais deixar de pensar nisso,
Na comudidade covarde de não olhares para ti,
De soslaio, sem tu próprio te conheceres.
Tens pena de ti, Homem Social...
Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac...
Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac...
Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac...


Pedro Carvalho 12/09/06
 
, posted by Ricardo Mesquita at 4:33 da tarde
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, posted by Ricardo Mesquita at 4:28 da tarde
“Lost in Translation – O Amor é um Lugar Estranho”, o filme de Sofia Coppola que venceu o Óscar de Melhor Argumento Original em 2004 e que contava com Bill Murray e Scarlett Johansson nos papéis principais.
 
, posted by Ricardo Mesquita at 4:23 da tarde
Ontem foi um dia de recomeço para muita gente. Recomeçaram as aulas e recomeçou a monotonia. Até o fruto vermelho recomeçou, o que não é de todo estranho, afinal de contas eu sempre ouvi dizer que um mal nunca vem só. No entanto, para mim, não existiu nenhum recomeço. Continuo suspenso na minha deambulação sem rumo nem sentido. Continuo à espera de encontrar uma cidade que me acolha e de uma universidade que me receba. E pelo que vejo, e pelo que sei, não será missão fácil, mas cá estou para ultrapassar, uma vez mais, um caminho repleto de vicissitudes. A sorte é que chega a uma altura em que nos habituamos a este tipo de situações, e eu já me habituei a ter que seguir pelo caminho mais complicado. Ainda há três meses atrás alcancei o que muitos duvidavam. O que até eu, por vezes, duvidava. Mas saí vitorioso, da mesma forma que sei que sairei vitorioso agora. Não será tarefa fácil, tenho consciência disso, mas como diz, e bem, um amigo meu, “no fim tudo se resolve”. E é verdade. Demore o tempo que demorar, no fim tudo se resolverá. Resta agora saber atravessar este caminho, para que conquiste o que quero o mais rápido possível, mas sem nunca esquecer que, na maioria das vezes, o caminho mais rápido não é o melhor. Até lá, continuarei suspenso.

19/09/06
 
, posted by Ricardo Mesquita at 4:20 da tarde
Segue-se um regresso temporário, estando previsto um regresso definitivo para breve. Saudações.
 
quinta-feira, setembro 21, 2006, posted by Pedro Carvalho at 1:22 da tarde
Desde o ínicio da minha nova "aventura" a internet têm sido meio muito pouco utilizado para chegar a vós, no entanto, está temporariamente restabelecido o encontro que vai permitir publicar textos, que tenho de facto escrito nesta minha ausência forçada.
Peço desculpa por esta interrupção e lanço-vos um até já, na esperança, quase certeza que amanha voltarão a saber algo de mim.
Fiquem bem
 
sábado, setembro 16, 2006, posted by Pedro Carvalho at 8:25 da tarde
E hoje saíu-me assim:

"Acreditar é quase ser-se feliz."
 
, posted by Pedro Carvalho at 5:52 da tarde
"A propósito do dia de hoje" talvez muitos se lembrem deste blog.

Um grande abraço.
 
sexta-feira, setembro 15, 2006, posted by Pedro Carvalho at 8:10 da tarde
Lisboa, 11 de Setembro de 2006

São 9:15.
Aqui ninguém olha… É estranha a distância, é compreensível a distância. É estranha a frieza, é compreensível a frieza. Nem mesmo o rapaz que escreve num caderno na esplanada do “Palma” é observado com particular atenção. Coisa estranha, coisa natural, estou perto da cidade universitária, certamente me imaginarão mais um universitário, hoje não erram no palpite, talvez errem em pensar que todos os universitários escrevem na esplanada do “Palma”.
Não é certamente por me sentir diferente que hoje escrevo. Escrevo porque ontem escrevia, concluindo: estou igual. Escolhi esta mesa porque era a que tinha duas cadeiras, e até hoje, eu e a minha alma sempre precisamos de uma só cadeira para escrever, não olvidando as não raras vezes marcantes, que escrevi deitado ou de pé, por isso a mesa com menos cadeiras foi escolhida.
É a primeira vez que escrevo em Lisboa. A sensação é completamente desmistificada de sentido, pelo menos hoje não me apraz particularmente escrever em Lisboa. Até hoje, a minha Lisboa está manchada de carros que passam, autocarros, táxis, os vidros dos carros que servem para nos pentearmos, e eu bebo mais um pouco de água,, e aterra um avião ali ao lado, um Pólo branco acaba de bater num poste ao estacionar, vai mais um autocarro a ir para os lados de Sete Rios, daqui a pouco tenho de me ir embora, uma mulher passa por aqui e tenta ler o que escrevo, acaba de desistir, e mais isto, e isto tudo, e isto nada, e isto agora preenche, e isto daqui a pouco é rotina, isto é Lisboa, isto é parte de Lisboa.
Sei quem vai ler este texto com mais atenção, os meus amigos que estão muito perto de mim, não são 150 quilómetros de distância, são lembranças de amizade, projectos futuros, um abraço, um sê feliz, um obrigado. A eles mais um pouco de tinta, o resto da garrafa de água de um só trago, um até já…
Vou entrar, ver o horário, posso ter aula a seguir, não sei e agora não é importante. O importante é ir, e pelo caminho apenas lembrar-me das minhas marcas, todas elas boas talvez, foram elas, as boas e as más que me trouxeram aqui.
 
, posted by Pedro Carvalho at 7:07 da tarde
Percorro os caminhos a que me dei.
As escolhas, o partir e o chegar,
As lições, as histórias, os projectos.

Vou-me embora daqui.

Vou-me embora de ti,
Saco esponjoso de infância, desenho distorcido,
Tapete colorido sentado à chinês, bibe em cabide.

Vou-me embora de ti,
Sábados de almoços feitos,
Mão dada até ao jornal, as Velhotas que me ficaram…

Vou-me embora de ti,
Lápis de cor, desfile de Carnaval,
Bicho da seda, “Toca e foge”, a alegria em meados de Setembro.

Vou-me embora de ti,
Jogo de bola, berlinde partido, pião,
Plástico redondo, figurinha colorida, miniaturas, imaginação…

Vou-me embora de ti,
Consola em TV, CD’s e cassetes,
Herói que salvou o mundo até a tarde seguinte.

Vou-me embora de ti,
Os primeiros livros, cadernos, horários,
Primeiro teste, tabuada, pretéritos tão imperfeitos…

Vou-me embora de ti,
De braço ao peito para vos abraçar,
As escolhas, os olhares, os primeiros jogos de chorar.

Vou-me embora de ti,
Recordações, o toque, o amor,
Amo-te e nada mais, dá-me a tua mão…

Vou-me embora de ti,
Árvore de Santo Amaro, tudo o que se perde,
Eu voltarei para te rejuvenescer de sonhos, te prometo.

Vou-me embora de ti,
Regato em pousios de sensatez,
Saboreando ventos de luzes lá em fundo.

Vou-me embora de ti,
Luas mentirosas, noites pouco sérias,
Contos, metáforas, erros. O inesquecível!

Vou-me embora de ti,
Contactos de simpatia intragável,
Cumprimentos, a t-shirt e a ganga a condizer.

Porque me olho para trás?
Porque me lembro? Basta não esquecer.
Porque vos sinto? Basta não esquecer.

Vós memórias, quedas, barreiras,
Vós sois tudo o que vivi.
Vós me amarrais e soltais ao amor de viver.
Vós construístes a estrada.

Então, eu levei Bagagem e Amigos,
Enfiei no saco os orgulhos, os Fantasmas, as memórias,
Guardei fundo na alma que tenho,
Aqueles que se orgulham do que agora escrevo.

Amigo, não me digais adeus…

De Samuelson, Keynes e outros tratados debaixo do braço,
Perguntei ao Destino para onde me levavam os sonhos.
-Ao Futuro. Para ti, Ele é já ali,
É ali, adiante, e a depois, e além, além, além...
Convosco.


Pedro Carvalho 08/09/06
 
sexta-feira, setembro 08, 2006, posted by Pedro Carvalho at 6:42 da tarde
E hoje a noite promete ser especial... Tão especial, que me faz desde já antever que o deva aqui avisar.
Fiquem bem, ou venham ter comigo...
 
segunda-feira, setembro 04, 2006, posted by Pedro Carvalho at 11:27 da manhã
O prometido é devido, mais, o prometido é mais que merecido!
Ora cá está uma brilhante personalidade da rotina também deste blog, e sobretudo das férias de Verão.
Para quem não conhece, um rapaz sensato, muito maduro, grande e bom amigo, um "party animal" na verdadeira ascensão da expressão, sempre animado e pronto para tudo.
Para quem aqui escreve é muito mais do que isso... Este rapaz é dos bons, ele entende, ele está por dentro, ele chega a viver um pouco, ele sorri perante os antídotos, ele é dos nossos... Dos "Mais Além". Ele é desses, e daqueles de que há poucos.
Para quem conhece ele é Tiago Trota, com Grade pelo meio. Poderia ser tantas outras coisas, todas elas agradáveis certamente. O destino meteu-lhe Grade. Eu meto-o aqui, amigo e "Mais Além", Tiago Trota.
 
sexta-feira, setembro 01, 2006, posted by Pedro Carvalho at 2:12 da tarde
Não, não andava nada fácil postar aqui. O bloger andava teimoso. Mas hoje eu fui mais teimoso que ele, ou então ele deixou de ser teimoso. Enfim, histórias que não interessam. O que na realidade interessa é que isto de ser GhostHunter passou... E tudo isto porque um homem não vai "à caça" por dá cá aquela palha, e se a caça anda fraca, perde valor, ou cai no descrédito, bem deixemos de caçar...
Fiquem bem
 
sexta-feira, agosto 25, 2006, posted by Pedro Carvalho at 12:32 da tarde
Porque os Fantasmas nascem tantas vezes na viagem em cada curva inesperada. Porque esta musica cruza-se com o meu destino. Porque parece que o radio conhece os meus estados de alma e dispara isto a cada momento crucial. Ou porque sim, não interessa…


"Everybody's Changing"

You say you wander your own land
But when I think about it
I don't see how you can
You're aching, you're breaking
And I can see the pain in your eyes
Says everybody's changing
And I don't know why

So little time
Try to understand that I'm
Trying to make a move just to stay in the game
I try to stay awake and remember my name
But everybody's changing
And I don't feel the same

You're gone from here
And soon you will disappear
Fading into beautiful light
Cause everybody's changing
And I don't feel right

So little time
Try to understand that I'm
Trying to make a move just to stay in the game
I try to stay awake and remember my name
But everybody's changing
And I don't feel the same

So little time
Try to understand that I'm
Trying to make a move just to stay in the game
I try to stay awake and remember my name
But everybody's changing
And I don't feel the same


Keane
 
segunda-feira, agosto 21, 2006, posted by Pedro Carvalho at 2:17 da tarde
Reencontrar-me comigo, reencontrar-me com eles, reencontrar-me com a minha história, ou parte dela, reencontrar-me com a Alma. Estou de regresso mas acima de tudo estou de reencontro. Todos estes textos agora afixados mostram este período fora e as suas vivências mais importantes. Com marcos importantes como o Bodo ou o dia 16 de Agosto, todos esses textos são acompanhados de outros em momentos isolados do calendário. Isolados mas muito importantes. Só os textos muito importantes para mim figuram aqui. E mesmo os mais importantes não são todos colocados, na verdade vou acumulando textos num dossier, dossier esse que durante estas férias engrossou significativamente, é que este período de afastamento foi mais físico que espiritual, permitindo-me um ritmo de escrita com uma cadência apreciável. Os Fantasmas do Passado estão de muito boa saúde no que toca a continuar cada vez “Mais Além”, cada vez mais “Ao mais alto nível”.
Por fim, devo ainda acrescentar que se seguirá um pequeno texto relacionado com um grande amigo que aqui merece distinção. É o fim da interrupção na emissão.
Fiquem bem
 
, posted by Pedro Carvalho at 2:09 da tarde
Pombal, 16 de Agosto 2005. Não interessa hora ou local preciso.
Hoje, Quiaios, 16 de Agosto de 2006.
Há um ano atrás. Há um ano atrás, num momento, nascia vazio e Alma. É por isso que hoje escrevo o texto tantas e tantas vezes esperado, medido, reflectido por mim. É o texto de 16 de Agosto. O dia mais fantasmagórico da minha ainda curta vida. Esperei e pensei este dia muitas vezes, imaginava-o sempre diferente, e em comum, teriam todas as minha suposições um ponto, este dia tinha de acabar com este texto, o texto de 16 de Agosto.
Há um ano atrás nascia vazio e Alma. Nascia “fim da linha”. Nascia “estrada”.O vazio que nasceu foi dentro de mim e naquilo que me rodeava. Tudo mudara pois já não houvera algo importante, que já quase me caracterizava por “habituação”. Vivia colado aquilo que todos viam como um dado adquirido. Deixou de o ser, fica sempre um vazio, preenchido por variadas histórias, percursos, rostos e visões. Tornei-me plural, a minha visão tornou-se plural. Senti sempre tremendo orgulho em tudo o que de pé estava, porque de pé ficou. Se cair um Mosteiro por tempestades e abalos loucos, numa aldeia não se chorará o altar perdido. O Mosteiro cai por vontade do santo que lá era adorado. Só as paredes caiem. Rezemos pelos alicerces que ficaram e nos dão identidade, sem que estes se tornem ruínas. Oremos então… Oremos que temos nova “estrada” e o Santuário da Vida merece peregrinação.
Faz hoje um ano, nascia Alma. Nascia o ethos dos Fantasmas do Passado. Se este meu último ano fosse vazio, não tinha sequer provado o sabor de “Ganhar terreno aos nossos fantasmas”, “Oliveiras de Vida”, “Que haja mais luz”, “A história dos Mais Além” e tantas outras palavras que desconhecia poder proferir. Nascia Alma nova em mim, pronta a fazer uma revolução de veludo à minha melancolia. Sem rejeitar os meus valores, nasceu algo dentro de mim. Sem nascer algo dentro de mim, e depois de tudo o que vivi, estaria isso sim, a rejeitar os valores a que sou fiel. Hoje é o texto ideal para eternizar a frase: “Não me arrependo de nenhuma letra, só me arrependo de vírgulas e pontos finais quando tinha ainda muito para vos dizer.”.
Há no entanto um esclarecimento que deve ser feito. É a 16 de Agosto que nasce a alma de um fantasma, mas são as suas atitudes posteriores e descoberta de atitudes anteriores, que lhe concedem matéria para se alimentar. A tinta escorreu com uma sinceridade e abertura de alma que só envergonhou e incomodou os mais falsos e os que vivem num “apagão”. Prefiro ser cego um dia a viver no escuro a vida inteira.
É interessante a minha relação com este dia. No inicio da escrita não saberia que tipo de texto poderia sair. Ao improviso, perco intenção e acutilância, mas mantenho a sinceridade e o entregar do que sinto ao papel onde escrevo.
Também o dia de hoje foi vivido nessa mesma liberdade. Por volta da meia-noite sentei-me a escrever, mas reparei que têm sido mais as palavras que me fazem a mim, que eu a dar nexo às mesmas. Tinha vivido um dia de enorme tédio, nada tinha vivido ou experienciado que me levasse a escrever. A condução lógica e suave por onde me levei guiou-me à leitura. As páginas amoleceram-me. Adormeci. Fiz um tremendo esforço para não me levantar na manhã seguinte. Alguém lá do céu que um agnóstico como eu não consegue apelidar despejava água a cântaros. Não caí na tentação de pensar que estava a viver um dia tremendamente infeliz e que até os deuses choravam por mim, optei pelo básico tomar de pequeno almoço e manutenção do efeito de “consciência adormecida” patrocinada e financiada pelas 11 horas de cama que precediam todo o meu dia até então. Durante a tarde vivi um episódio de reter, fruto da efeméride que vivia. Pela primeira vez ergui um papagaio de papel no ar, sobre a praia, tremendamente insuflado no seu ego de objecto por um vento forte e constante. Não obstante, o vento não era suficiente para levantar o papagaio sem que este se despenha-se e seguida. A vida de um homem é um papagaio de papel. Muitos vejo que se queixam da falta de vento, mas não raras vezes o problema é direcção e persistência. Durante este meu último ano, e depois de grande dano sofrido após queda aparatosa daquele artificio de voar (a minha vida), tenho experienciado duas coisas. Sei manejar muito melhor o papagaio porque sei onde se escondem os poços de ar, e sei que algum dia adormeço e torno a cair. Mas hoje erguido no céu, deu duas piroetas, estabilizou no cume do céu e da minha existência, curvei inúmeras vezes, fi-lo aterrar com a precisão de quem pegava no cordel pela primeira vez e sorri. A cada papagaio estão reservadas inúmeras viagens, em cada uma delas adquire-se controlo e sorrisos. Estou muito feliz, e ainda tenho a cama por fazer, não importa. Estou feliz com a projecção do meu papagaio, estou feliz com o nascer de “estrada”, com o nascer de Alma, estou feliz com muito do que fiz no último ano.
E agora a grande dúvida, a dúvida de muitos dias durante este ano. A dúvida de há um ano, de há seis meses, de há um mês, a dúvida de ontem, de hoje de manhã, a minha dúvida a cada dia que nascer enquanto viver em consciência.

-Pedro, hoje (logo hoje não é…) valeu a pena?
Sim valeu, e como me sabe bem descobrir tudo isto enquanto as palavras flúem num texto todo ele improvisado neste momento.
-Sim valeu, porque hoje, 16 de Agosto de 2006, eu ganhei aos meus fantasmas.
Fiquem bem
 
, posted by Pedro Carvalho at 1:52 da tarde
Que me querem ensinar?
Ensinem-me o que sou,
Ensinem-me o que quis ser,
O que devo ser,
O que devo querer ser.

Ensinem-me a não ter esperança,
Ou ensinem-me a realidade,
Ensinem-me os sonhos realizáveis.
Não! Desculpem tal atrevimento. Não!
Eu quero ser irrealizável,
Como a criança que não cresce.
Eu quero esses sonhos.
Eu quero acreditar.
Eu quero ter esse meu sustento.

Eles ensinam-me se estiver “errado”,
Eles ensinam-me a rotina,
Ensinem-me a ser igual,
Ensinem-me os camaleões,
Os vultos, o cosmético, as traições.
Ensinem-me a ter medo,
Ensinem-me a não valer a pena,
Ensinem-me algo.
Eles não têm nada para me ensinar.

Ensinem as vossas conquistas,
Os vossos postos,
Ensinem-me o seu preço,
E o vosso preço também.
Ensinem-me a vossa vida,
E a vossa servidão a essa morte lenta,
Por onde vivem, ensinem-me.
Ensinem-me o conformismo,
A usura e o poder.
Ensinem-me a ser gente,
Que é de gente aos molhos de cem,
O vosso capital e poder.
Eles não têm nada para me ensinar.

Então vem comigo, ou eu contigo.
Vem ser irreal comigo, ou eu contigo.
Vem dar o primeiro passo,
E tudo finda de seguida,
Só a tua marca fica,
E deixa pasto para outrem que não seja ovelha,
Que não queira ser gente sem saber,
Sem saber a responsabilidade que é ser gente!

Vem ser pouco gente,
Vem ser selvagem.
Porque deves a tua dignidade a ti mesmo,
A tua dignidade não é ordem ou preceito de ninguém.
Vem ser digno a ti, só a ti o deves.
Vem pensar por ti.
Que sejas velho sem nunca ter sido exemplo,
Os que te podem condecorar não são exemplo.
Vem e vê por ti,
Vê como se vê para além.
Vê o que pregam e prega por ti.

O poder não serás tu,
Mas não deixes que seja o que podem fazer por ti.


Pedro Carvalho, 12/08/06
 
, posted by Pedro Carvalho at 1:21 da tarde
Eis os dois textos escritos em pleno Bodo.

Primeiro dia

Ouvia à pouco entre os barulhos dos carros nos primeiros passos pelas minhas bandas “Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida…”.
Parece estar lançado naquele momento o Bodo. O Bodo 2006 mas podia ser qualquer outro, porque num ano tudo muda, mas porque também todos os anos é a mesma música.
Só os cantores mudam a cada cantiga… Mas não interessa, porque aconteça o que acontecer, o bom filho à casa torna.
Vou desfazer as malas.

Pombal, 27 de Julho de 2006


Efeméride

A data de hoje é uma efeméride na minha vida. Mas uma efeméride particular. Abre um ciclo de recordações de acontecimentos de índole fantasmagórica. São três da tarde, estou a acordar e logo logo me lembrei de fantasmas, num Bodo que a um dia do fim se pode apelidar de fantástico por tudo o que aconteceu, um Bodo livre de questões, um Bodo sem amarras, um Bodo que nos momentos vazios teve a inteligência de não se questionar sobre nada. Todo o Bodo assim foi, até que agora me lembrei de um composto essencial a mim mesmo: a memória. Aquela mistura que explode no tubo de ensaio de uma vida a ganhar novas experiências. Hoje estou metal líquido e fluído, ou talvez gás inerte, ou talvez cansado sem me aperceber, ou talvez drogado com alguma excitação própria dos dias, escamoteando o cansaço por demais evidente a cada movimento.
Viva! - Gritaria eu. Passei todo este Bodo absolutamente vazio. Agora não. Algo me percorre e me faz acordar e escrever.
Apenas uma dúvida me percorre: talvez esta efeméride faça sentido para mais alguém. Talvez não. Lembrar é coisa de quem tem fantasmas que assombram por sentimentos presentes ou passados, variados, e pensar sobre a memória da forma doce como o fiz porque a respeito e procuro entende-la deve ser coisa minha e de poucos. Quem quer ter memória? Abençoados os que se orgulham da memória.
Aos que se assombram por incómodo, cobardia, osmose ou peso de consciência, as memórias são afinal de contas pesos e nada mais.

Pombal, 31 de Julho de 2006
 
, posted by Pedro Carvalho at 1:15 da tarde
À noite tenho saudades minhas,
Daquele eu que não procurava,
Era o que tinha, existindo por si só.

Hoje de noite converso comigo,
Converso comigo entre dentes,
Na vergonha de não saber o que procuro,
Entre as sombras que me escondem o luar.

Procuro a luz, a lua,
O brilho de cada noite,
Fusco e assombrado por recordações,
Cheias de antigos luares dourados.
Procuro o mesmo luar de sempre,
Porque se o homem for noite,
E a felicidade luar,
Que exista uma lua redonda a cada noite que passe.

Mas agora, é o agora em que adormeço,
Enleado de sombras (as memórias),
Tenho medo das trevas,
Enquanto busco a lua nova,
Por detrás de cada noite clara que passei.

Pedro Carvalho 03/08/06
 
sábado, agosto 05, 2006, posted by Pedro Carvalho at 8:02 da tarde
Num final de noite arejada pelo mar, um grande amigo tentava-me, de forma inconsciente, suscitar dúvidas quanto ás acções que tomo com reflexos do meu passado. A resposta saiu-me pronta.

”Não apago o passado, deixo que este se apague por si mesmo.”


Numa fugida estive em Pombal cerca de 24 horas. Muitas coisas tenho escrito e publicarei no meu definitivo e verdadeiro regresso, na verdadeira concepção da palavra. Por agora, fica algo do ínicio destas férias e que publico desde já. Estão prometidos os textos feitos durante a época "bodista" e dias seguintes.
 
quinta-feira, agosto 03, 2006, posted by Ricardo Mesquita at 1:28 da manhã
E lá passou mais um Bodo. E como é emocionante frequentar as festas da santa terrinha. Na manhã de quinta já se notava um cheiro a Bodo no ar (isso ou um cheiro a farturas, já que são cheiros que se confundem facilmente). Pombal estava caótico: o transito estava mais impossível que o costume; os passeios transbordavam pessoas para a estrada antevendo as típicas noites “bodistas”. Um verdadeiro êxodo rural. Mas para mim a tarde foi apenas de preparação para dias que aí vinham, com muito descanso e muito Omerta, já que tinha a perfeita consciência que estaria afastado dessa vida, pelo menos, até terça.
Já mais à noite a procissão das velas dava o pontapé de saída oficial para o Bodo 2006, enquanto o Benfica levava um banho de bola do Sporting. E enquanto (por motivos de força maior) o corpo andava por entre a procissão, a mente já imaginava as cervejas que mais tarde viriam a escorrer pela garganta. E escorreram, aliás assim que a procissão terminou juntei-me ao “grupo” naquela que viria a ser a nossa casa durante as festividades: o bar dos motards. Foi um momento de reencontro pois o “grupo” andava afastado há uns dias, o que não iria acontecer durante o Bodo, já que praticamente não nos separámos. Foi ainda na primeira incursão pelo bar dos motards que se deu o primeiro contacto visual com Fantasmas do Passado. Também estes andavam afastados, e também estes estiveram sempre por lá, ainda que, felizmente, mais distantes. No que toca ao verdadeiro Bodo a noite foi fraquinha. As bandas não tinham público e o pouco que lá estava parecia demasiado exigente. Quem viu aquela “noite da juventude” é bem capaz de ter temido pelo futuro do Bodo. Felizmente as noites seguintes provaram que o Bodo é tão imprescindível a Pombal, como o Rui Costa ao meio campo benfiquista. Mas voltando à noite de quinta, esta acabaria onde têm vindo a acabar as noites de quinta: na Várzea. Local de encontro, conversa, reflexão e caça dos Mais Além.
Na sexta-feira acordei tarde. Estava a gerir esforços, já que facilmente se adivinhava a “dureza” das restantes noites. A chegada da minha irmã a Pombal trazia carro, o que é sempre uma ajuda para poupar as pernas. As festividades de sexta começariam na holding, outro antro dos Mais Além. Por entre cartadas, guitarradas escorregaram as primeiras cervejas. Foi ainda na holding que o destino voltava a brincar com a, cada vez mais mítica, música dos Pink Floyd. O destino gosta de jogar com os Fantasmas, mas existem lugares em que nem a presença física dos mesmos nos incomoda. Começava aí uma indiferença mútua que se prolongaria até ao fim. Até agora.
A noite voltava a levar-nos ao bar dos motards. Pelo meio, o concerto do David Fonseca remexia sentimentos: recordaram-se momentos, lembraram-se pessoas, cumpriu-se o estipulado por mim mesmo. Era a força dos Mais Além a mostrar-se, numa noite onde até fantasmas inferiores tentaram interferir. Sem sucesso. Os Mais Além pegam os touros pelos cornos. Mais tarde, e depois de mais uns quantos cigarros e de umas quantas cervejas a noite viria a terminar no sitio do costume. A seguir vinha a noite de sábado, aquela que à partida seria a mais renhida, e para a qual me esforcei para recuperar a forma outrora perdida.
Sábado surgiu com um assunto sério que viria a ocupar a tarde inteira, pelo que o reencontro com o Bodo e com o grupo apenas se deu pouco antes do concerto dos Da Weasel. Aí sim, estivemos todos. A única noite em que o “grupo” esteve completo. E até o último dos Mais Além estava presente. Esclareci de imediato que a noite de sábado corresponderia às expectativas. Da Weasel até começou com “força” mas o facto de já os ter visto várias vezes e de ter uma garrafa de Gin fez-me estar mais calmo. Só lá para o fim é que embarquei nas loucuras dos concertos, mas sempre com o Gin bem agarrado, principalmente quando este sobrevoou umas quantas cabeças duvidosas. Com o final do concerto fomos para casa, digo para o bar dos motards. Já mais tarde e para mudar um pouco de ares passamos pelo Nicola onde as coisas já começavam a ficar sérias. Continuámos a ficar mais sérios, enquanto fazíamos os típicos passeios de Bodo entre a tenda e o arnado. Até que rumamos ao nosso antro espiritual, onde se criaria a mais espectacular história do Bodo: Os 5 Metros Arbustos. Prometo mais tarde postar aqui material vídeo que vos explicará a coisa, já que não consigo transmitir aqueles momentos em palavras. O que posso dizer é que surgiram algumas lesões e alguns cortes, uns mais graves que outros. Devido a isso mesmo a noite ficou mais lenta, já que a velocidade tinha de ser especialmente moderada. Já num momento de algumas recaídas, voltaram a aparecer Fantasmas. Admito que chatearam, mas não o suficiente para comprometer a noite para a qual recuperei a minha forma. Noite que iria terminar em casa de um Mais Além com um belo copo de Gin.
A “manhã” de domingo viria confirmar as mossas da noite de sábado. É certo que o facto de ter dormido no chão não tinha ajudado, mas a fatiga muscular tinha claramente uma origem herbácea. Mas para loucura das loucuras mesmo depois de regressar a casa, o chão continuou a ser a minha cama. O final da tarde, depois da recuperação possível, trouxe Carlsbergs que apesar de uma estranha apatia inicial acabariam por ser bastante bem vindas. A tarde traria ainda uma magnífica visão, digna de ser fantasma, mas que não cumpria os requisitos mínimos. A noite confirmaria o bar dos motards como nossa casa, já que para os ranchos folclóricos foram facilmente trocados pela cerveja barata (e muitas vezes à borla). Sentados nas cadeiras que já eram “nossas” conversámos sobre tudo e sobre nada. Os copos acumulavam-se fazendo uma bonita torre da qual nos orgulhávamos. A facilidade com que surgiam amizades confundia-se com a facilidade com que a cerveja nos vinha parar à mão. Ninguém se queixou, pelo menos directamente. Por fim juntou-se um Grande, e a noite ficou maior. Pelo meio os Fantasmas ainda chatearam mais um pouco, mas o antídoto vinha sempre parar-me às mãos. A madrugada foi de troca de experiências, de conversas saudáveis, de uma compatibilidade difícil de encontrar nos dias que correm. A manhã acabaria por surgir, como também surgiu a fome. Só depois veio o merecido descanso, quando já pensávamos na efemeridade do Bodo.
Quando acordei a manhã já era praticamente tarde, mas o sono manteve-se. A tarde foi para recuperação já que uma aula de condução marcada para as 18:00 pedia uma sobriedade estranha para um dia de Bodo. A noite surgiu rapidamente. Ao “grupo” juntaram-se mais uns quantos, sempre bem vindos. Em noite de despedida as ofertas surgiam a uma velocidade vertiginosa. Voltamos a ocupar as “nossas” cadeiras e as nossas mesas. O factor cansaço fazia com que a tenda não fosse sequer considerada. Pelo menos até nos mandarem embora. Os Fantasmas ainda apareceram uma última vez, mas a indiferença e a frieza gerada na sexta manteve-se até ao fim e a noite continuou. Os brindes sucederam-se, as pevides foram devoradas e as horas passaram-se. Viveu-se a última noite até que as forças nos abandonaram de vez. Acabava o Bodo 2006: O Bodo dos Mais Além…
 
quarta-feira, agosto 02, 2006, posted by Ricardo Mesquita at 11:10 da tarde
...Redescoberto no Bodo.
 
sexta-feira, julho 21, 2006, posted by Pedro Carvalho at 12:32 da tarde
Emissão interrompida por motivos de férias e pc´s caducados...
No entanto os fantasmas não fogem e está prometido um conjunto de textos datados que se irão escrever nesta pausa, aquando do regresso.
Fiquem bem
 
domingo, julho 16, 2006, posted by Pedro Carvalho at 9:34 da tarde
Ontem percurri quase meio país. Somos pequenos, talvez de estarmos habituados a tantas grandezas, vê-mo-nos pequenos.
Por essa volta a Portugal, vi uma rapariga, menina, mulher, n sei... Não tenho geito para estas coisas e acho que as descrições são coisas rídiculas. Por vezes... Nestas ocasiões rídiculas, por vezes... Vi-a e era diferente. Alta, elegante, bonita e bem vestida. Estraordinário mas sobejamente frequente. Nada que uns anos em cima não atropelem com violência e sem perdão histórico. Mas existia algo mais, que não a "química" ou "aquela substância". Isso, são ficções para quem não acredita nelas como eu, e utupias para quem nem com ela falou.
Mas existem perfeições que marcam mais que uma visão esbelta. Levava consigo três livros de baixo do braço, dois de psicologia e um romance. Lia muito e bem certamente, seria culta, procuraria por diversos interesses a cultura, mas não era obsecada pela mesma e seria leve no geito, no traço e na forma como percorreria as tarefas do mundo mundano. Parecia calma e tranquila, prodígios de uma voz doce a chamar o françês por motivos que suspeito estejam directamente relacionados com uma infancia que perfiro pensar que foi passada em Paris.
A tranquilidade, o gesto, a voz, os interesses que mostrava ter, a beleza, o olhar claro, tudo atribuía-lhe um toque de perfeição e ate divindade.
Passou por mim variadas vezes e não causou perturbação, desejo, ou acto. Apenas admiração e uma sensação de materialização do que pensei não existir.
Afinal existem, e talvez diga "ainda bem".
Fiquem bem
 
sexta-feira, julho 14, 2006, posted by Ricardo Mesquita at 9:04 da tarde
aEsta semana foi a coisinha mais non-sense que já vivi. O tempo era demasiado para tão pouco assunto. Tardes intermináveis eram preenchidas com conversas indecifráveis que nem nós conseguíamos descodificar. Discutir o sexo dos anjos teria sido mais interessante, mas como eu não acredito nessas coisas nem toquei no assunto. Ontem sempre veio uma brisa de novidade, talvez com a chuva (ou não), mas a pasmaceira rapidamente voltou. No entanto esta noite faço uma pausa na pasmaceira. É que vou trocar a pasmaceira pombalense por um, sempre agitado, Congresso Nacional da Juventude Socialista que decorrerá este fim-de-semana na Guarda. Assim sendo, até segunda e muito boa sorte nessa luta contra a pasmaceira.
 
, posted by Ricardo Mesquita at 8:58 da tarde

Fiquei agora a saber, através do Eco, que Sua Excelência o Sr. Presidente da República passará por Pombal durante as comemorações das Festas do Bodo. Isso seria (e será) certamente motivo de orgulho para Pombal e para os Pombalenses. Não para mim. Para mim, Cavaco Silva continua a ser o Presidente de Todos os Portugueses Menos de Um. É que o facto do Sr. Acabado, aliás Sr. Regressado passar por estas bandas é apenas mais uma boa razão para eu me escapulir do Bodo deste ano. É que eu não gosto do cheiro de laranjas podres e já me chega ter que andar a cheirá-las à mais de 12 anos, ainda que em quantidades “locais”. No entanto esta visita até tem algo de positivo. É que assim o mítico trocadilho faz mais sentido… “Ai vais ao Bodo… Lá te apanho, lá te…”

Esquina
12:05
14/07/06

 
, posted by Ricardo Mesquita at 8:46 da tarde
São 14:05. Sentado no café rio aguardo pelas 14:30, hora a que os resultados dos exames serão afixados. Escrevo estas palavras num daqueles lenços das pastelarias. O calor incrível faz com que o suor escorra pelo rosto, enquanto a ansiedade toma conta de mim. A esperança é muita. A certeza é pouca. Espero poder festejar esta tarde, afinal de contas um calor destes merece umas boas e frescas cervejas. Falta apenas (mais) um motivo para as beber. Falta apenas 20 minutos…

Café Rio
14:05
13/07/06
 
, posted by Pedro Carvalho at 4:51 da tarde
Aos campeões os prémios. Aos campeões a celebração. Numa competição (e só as existem quando estas são desportivas) é bonito ver os jogadores no pódio erguendo o prémio aos céus, (desculpem no erguer do troféu, era no erguer do troféu que eu queria dizer!).
Vejo na televisão, ou ao vivo celebrações e troféus de vitória, mas ontem presenciei um erguer de algo que seria maquete ou réplica de algum prémio ou então celebração de um prémio que mais não serviu que de consolação de alma para quem o vai erguendo convicto. Bem, apenas erguendo, risquem o convicto, porque os campeões erguem o que quiserem e erguem-no em frente a todos e não de fugida e na penumbra como foi o caso. Pouca convicção ou algo mais. Resta as considerações éticas acerca de um desporto do qual não sou praticante, porque não o entendo como tal e do qual o detentor do "acto de erguer" é notoriamente atleta de segunda linha.
Quanto às considerações ao acto de erguer, considero que quanto a uma provável e manifesta falta de nível ou educação, não me poderei pronunciar pois não passam de "Outros" que os "Mais Além" conhecem de vista e de actos isolados, vazios, e penosos para quem os comete, sendo que dessa forma, e dado que não meço o nível ou a educação dos "Outros", sou obrigado através de actos estranhos, inflamados, nervosos e cobardes que os "Outros" praticam, a pensar que afinal de contas, andam os "Outros" quase assombrados pela presença de um grupo de pessoas. Tornei-me Fantasma, quase Morto-Vivo para os "Outros". Tornei-me eu e os meus amigos, porque isto de ser amigo de Fantasmas encaminha-os directamente para o purgatório.
Os "Outros" andam assombrados. Será a própria sombra? Não, estava noite. Será consciência? A existência de tal substância transcendente nos "Outros" é uma incógnita que se estabelece na igual proporção que se estabeleceu para a educação dos intervenientes. Será que o passado pesa? Não desejo que o faça.
Será que irei questionar-me sobre o que realmente assombra os "Outros"? Não. Começa a estar fresco lá fora e tenho de ir. Estão assombrados e reagem de forma imprevísivel às assombrações. Talvez nem eles, os "Outros", saibam que estão assombrados. É como o animal que faz de animal sem saber que à algo mais que ser animal. A cada um sua natureza.
Aos campeões os prémios. Aos de segunda linha as celebrações. Aos "Outros" as assombrações...
Fiquem bem
 
quinta-feira, julho 13, 2006, posted by Pedro Carvalho at 9:08 da tarde
6

A média de matemática 12ºano ronda os 6. Ronda porque se formos a ver atentamente, não chega se quer aos 6.

6, talvez número fantasmagórico...

Fiquem bem