Antes de mais, e dado que o tema é extremamente sensível sinto-me na obrigação de esclarecer duas coisas. Em primeiro lugar, o texto não passa de uma opinião de um simples leigo na matéria já que este fantasma não é meu, nem muito menos é um fantasma do passado. Em segundo lugar terão aqui a opinião de um agnóstico.
Escrevo sobre este assunto porque de facto parece-me que virá a ser um fantasma de todos nós num futuro mais ou menos próximo.
Entendo apenas que devo expressar a minha indignação sobre a questão das caricaturas dinamarquesas acerca de Maomé, porque de facto, não basta parecer mais inteligente, é preciso mostrá-lo! E neste capítulo os Ocidentais têm pecado a vários níveis. Nós somos mais desenvolvidos, política, económica, estrutural, jurídica e filosoficamente que o “Mundo Islâmico”, mas nunca podemos ver essa nossa superioridade em função da religião de cada um, porque de facto, “Nós”, se fossemos verdadeiramente “Inteligentes” saberíamos distinguir perfeitamente a questão política da questão religiosa! Nesse aspecto, estamos um e um só passo à frente daquele mundo que nos querem mostrar tão distante, a única diferença situa-se na laicização do estado feita no Ocidente, que não foi feita na “terra dos Ayatolas”. Se a Jihad (Guerra Santa) está atrasada em relação às “Nossas Cruzadas” entre nove a dez séculos, não nos podemos esquecer da nossa teimosa persistência em querer espalhar a fé (descobrimentos) da forma mais bonita (Sermão aos peixes) ou menos ortodoxa (autos de fé…). Por isso, e como tudo está enquadrado no seu tempo entendo que seria melhor ser menos “Moderno e Ocidental” e aceitar as diferenças religiosas.
Quanto à radicalização, bem isso de facto é um problema, mas um problema que deve ser resolvido com actos diplomáticos, e se necessário, através de sanções económicas, mas nunca se resolveram problemas de fundo, espalhando jornais com imagens que mostram uma total inaptidão para as questões sensíveis do Mundo Árabe!
Se Maomé era uma bomba, pois bem, o Ocidente passou-lhes o lume…
Fiquem bem.