É certo que cada um tem os seus, mas os meus parecem ser mais persistentes que os outros. Porquê? Porque são meus. Os dos outros são dos outros, não me afectam de forma tão directa que os meus. Os meus continuam a perturbar-me… Cada vez que ouço Pedro Abrunhosa, perturbam-me. Cada vez que vejo determinadas fotografias, perturbam-me. Cada vez que se lembram de aparecer do nada (como verdadeiros fantasmas que são) perturbam-me. Eu até utilizo vários repelentes, mas ainda assim eles permanecem. E o que posso fazer? Baralhar e dar de novo. Mas como ultimamente só me calham duques e cenas tristes, por enquanto prefiro ficar com estas cartas e não ir a jogo. Talvez daqui a uns meses. Talvez até amanhã. Mas hoje não. Hoje deixo as cartas que tenho em cima da mesa, deixando jogar quem quer.