Tudo acabou há cerca de cinco meses. Desde 30 de Novembro que não toco no assunto, mas ontem revi umas fotos e veio-me aquele indecente sentimento de saudade. Bons velhos tempos disse eu. Eram tempos em que uma vontade unia determinado grupo de pessoas. Uma vontade que apesar de não ter desaparecido diminuiu à medida que os dias passaram. Relembro com saudade vários momentos. Os discursos do primeiro jantar, as emoções da primeira festa, a irreverência no auditório da secundária, a competência no mini-auditório do cine-teatro, os nervos na adac, o stress na preparação da campanha, a esperança durante a campanha, os cigarros na contagem dos votos, o desespero quando confrontados com situações menos legais, a certeza que éramos de facto os melhores e a vitoria moral que ainda hoje temos. Se a 30 de Novembro restavam duvidas que apesar de tudo tínhamos “ganho”, hoje estão mais que dissipadas.
Mas nada mais podíamos fazer a não ser recordar, como faço agora. Mas voltando às vitórias, todos os membros da S ganharam mais que uma mera vitória moral. Ganhámos amizades fortes, puras e resistentes. Ganhamos um entendimento quase perfeito, um sentimento de grupo fenomenal, coisa que quem supostamente ganhou não tem. Aqueles que supostamente saíram derrotados graças a uma miúda com setenta personalidades múltiplas continuam unidos, enquanto aqueles que supostamente venceram não se entendem, existindo mesmo quem queira bater com a porta. Porta essa que é sempre ocupada por cartazes que anunciam reuniões que são tão secretas que até parecem nem existir. É a ironia do destino. E como o destino tem sentido de humor. Mas isto já não me interessa, interessa-me sim recordar alguns dos míticos momentos que todos os membros da S passaram. Interessa-me apenas viver.
E Recordar é viver.