terça-feira, maio 16, 2006, posted by Pedro Carvalho at 6:50 da tarde
Hoje na minha aula de História, enquanto desfolhava o livro, tentando descortinar o tipo de aula que iria presenciar, li um parágrafo que me pareceu extraordináriamente interessante, quer pela actualidade, quer pela total concordância que capta da minha pessoa.
Muito actual, o tema prende-se com a situação do exercício de cidadania que de forma mais ou menos (in)correcta se pratica na Europa e no mundo. Se para alguns será novidade a falta de coerência e assiduídade, por parte da população em geral e dos jovens em particular, em qualquer debate sobre qualquer assunto como o trabalho, a juventude, o futuro ou qualquer outro, para gente mais atenta nem tanto, pois é constatação prática do dia a dia.
No parágrafo que li e cito posteriormente, descreve-se um quadro negro da forma como a sociedade encara a política, e em ultima análise, a própria Democracia, marcada por sérios danos que alguns elementos menos aptos e de elevada estirpe, no que apenas e só ao lugar ocupado diz respeito, ocupam.
Passando ao paragrafo poderia ler-se "Nas actuais democracias ocidentais, os partidos são mais do que locais de reflexão e dabate, são empresas ou aparelhos destinados à conquista do poder político. A ideologia cede lugar ao utilitarismo. Os militantes partidários já não se destinguem pela força das suas convicções morais. Espera-se que sejam obdientes, de confiança e tecnicamente preparados para prrencherem os cargos oficiais no partido, as listas de candidatos aos orgãos do governo local, regional ou nacional, as posições de confiança nos aparelhos político e administrativo do Estado e nas empresas públicas e semipúblicas. A militância política converte-se, assim, em carreira.".
Posto isto, e fazendo das palavras do autor, minhas palavras, depreendo um sentido de desilusão e certo cansaço da generalidade da sociedade civil, no que diz respeito à sua participação cívica, e sobretudo e mais sintomáticamente, depreendo também um sentimento generalizado do "Deixa andar, isto é dar tacho a pançudos" que subverte o príncipio democrático, e sobretudo ceifa qualquer vontade de criar as instituições e estruturas necessárias ao exercísio, na minha opinião fundamental, daquilo que podemos chamar o "direito de sonhar outra coisa", política, ideologica e moralmente diferente.
Por tudo isto, e não profetizando qualquer desgraça, defendo a Democracia, mas sobretudo defendo a reformulação das estruturas partidárias que não passando pelos estatutos, devidamente elaborados e de acordo com os príncipios constitucionais, passará pela mudança de mentalidades da classe, infelizmente chamada de política, quero com isto dizer, ser absolutamente contra qualquer esboço de "político de profissão" entendendo que a política é um serviço nobre que é preciso honrar e não banalizar, e não uma carreira ou qualquer meio de promoção pessoal visando o mínimo esforço.
A tudo isto devo acrescentar por último, não estar filiado em qualquer juventude partidária, pelo simples facto de não me sentir disponível para contribuir da forma mais correcta que entendo que a Democracia necessita, e não ter perfil para ser enquadrado numa massa diversificada, mas sempre massa, de opiniões.
Por tudo isto, eis o meu contributo exercendo opinião e cidadania, enquanto o desencanto político é um fantasma da minha geração.
Fiquem bem
 
7 Comments:


At terça-feira, maio 16, 2006 7:40:00 da tarde, Anonymous Anónimo

realmente nao pareces tu a escrever isso! Mas ate gostei do texto! Quanto a assuntos políticos nao me pronuncio, nao e porque n queira, mas sim porque nao e uma materia que domine!=P

fica bem []

 

At terça-feira, maio 16, 2006 7:49:00 da tarde, Anonymous Anónimo

Embora n pareçendo fui eu mm... É assim, as vezes dá-me para estas coisas,e s formos a ver, o temazinho que classifiquei logo de proíbido d forma ironica no primeiro texto k fiz nest blog, é sempre bem vindo e é exercendo opinião livremente e sem constrangimentos que se combatem fantasmas.
Abraço para Cbr [[]]

 

At terça-feira, maio 16, 2006 8:11:00 da tarde, Anonymous Anónimo

pessoas a quem chama-mos heróis do 25, o que são eles se não políticos de carreira?? infelizmente assistimos a isso, mas prefiro pensar k como em tudo existem pessoas competentes, e não competentes, e quando se joga com a vida dos outros, a não competência converte se em incompetência, o que leva á natural reacção popular.Em tom de finalização, fico triste que a mentalidade portuguesa seja, a do "le se faire"( ou algo identico.. LOl) e que se passe a uma atitude de enxovalhamento e apatia social e não á critica social construtiva de modo a que TODOS NÒS PARTICIPE-MOS NA CONSTRUÇÂO DE UMA MELHOR SOCIEDADE, PAís e CULTURA PORTUGUESA. Perfiro pensar que é exactament a falta de cultura k leva a falta do nosso cumprimento civico de cada um... é o POrtugalito...

 

At terça-feira, maio 16, 2006 9:38:00 da tarde, Blogger Ricardo Mesquita

Não gosto quando se toma a parte pelo todo. E infelizmente é o que acontece no parágrafo que transcreves.

“Pintar o quadro mais negro que o que realmente é” – Este parece ser o argumento base de muita gente, em especial dessa geração que se diz desencantada pela política. É muito mais fácil (e parece melhor) justificar a falta de participação politica com o facto de alguns, minoria, se aproveitarem dessa mesma participação, do que dizer (a verdade cruel) que a politica dá trabalho, e que esse trabalho extra não interessa.

Alguns até podem espernear mas esta é a verdade. Quantos jovens não conheço que se dizem desacreditados pela política, mas que quando têm a oportunidade (que muitas vezes reclamam) de participar e de a fazer passar as suas ideias, rapidamente a trocam por umas “mines” e uns torresmos?

Eu também gosto de “mines”, e apesar de os dentes não gostarem muito, os torresmos também marcham com uma enorme alegria. Mas quanto tenho oportunidade de intervir politicamente, deixo as mines para mais tarde, e aproveito. E porquê? Porque não posso deixar passar esses momentos. São esses momentos que os jovens devem aproveitar para deixar o seu contributo, para passar a sua mensagem. E não me digam que não o podem fazer e que não há quem os ouça, porque tem sido várias as iniciativas. Se não as aproveitaram foi porque não quiseram. Muito provavelmente preferiram as “mines” e os torresmos, mas depois não podem vir dizer que estão desencantados com a politica, quando são eles mesmos que causam esse desencanto.

É muito fácil criticar e arranjar desculpas. Fazer com que as coisas mudem é que é mais fodido.

 

At terça-feira, maio 16, 2006 10:28:00 da tarde, Anonymous Anónimo

Ja arranjei tema d conversa contigo;) E ainda por cima um tema global, porque referi que a questão não é dos jovens das minis mas sim de toda a Europa Ocidental.
Bem mas acima d tudo à algo importante a referir, a critica, quando bem encaixada, n é uma tentativa d derrube, é sim uma forma de fazer as coisas dificeis mudar. Daí defender a Democracia.

 

At quarta-feira, maio 17, 2006 8:49:00 da tarde, Blogger Rodrigo Cordeiro Escapa

Concordo com o Mesquita a 100%.

Agora para ti Pedro: minis existem em todo o lado, não só no Ocidente.

Outra coisa: é lógico que esta questão é uma questão praticamente exclusiva do Ocidente, pois não me recordo de nenhum partido laico ou 100% livre lá para os lados dos Orientes...

 

At sexta-feira, julho 21, 2006 5:42:00 da tarde, Anonymous Anónimo

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