sábado, setembro 23, 2006, posted by Pedro Carvalho at 6:03 da tarde
Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac...
Levanta-te, sê escravo do que sonhaste,
Do que sonhaste para ti,
Que tu não sabes o que queres.

Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac...
A torradeira queima, o leite salta,
A chaves de casa, cartões e papelada,
A bomba que caíu, a que valor está o petróleo?

Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac...
Oblitera o bilhete, passa o passe,
Diz bom dia que podia chover mais,
Espera em fila, passa o bilhete, oblitera o passe...

Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac...
Três passadeiras, cinco autocarros,
Dois atropelamentos, o leão que foge do Zoo,
Um carteirista, três Pai Nossos...

Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac...
Cheguei, sentei, ouvi, calei,
Chamam-me intelectual, chamam-me elite,
Quero almoçar, já percebi, urino depois!

Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac...
Já li, calculei, entendi:
Ciência, Matemática, Astrofísica, Arquitectura,
Direito, Mendigo, Aldrabão, Político...

Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac...
Horas certas, pontual, boas maneiras,
Preocupado, infeliz, amarrado.
Para quando ser sem máscara?

Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac...
Rapariga linda, rapaz bem aprumado,
Anel de noivado, chocolates, mentiras,
Fogo de artíficio, fim da paixão, só artifício...

Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac...
Trabalho, sauna, ginásio,
Entrevista, autógrafo, revista.
Conheces-te nas fotografias tiradas?

Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac...
Crédito suiço, paraíso no Haiti,
Conta nas Bahamas, segredos em Vilar Formoso.
Milhões morrem de fome, que sabes disso?

Triiiiiimmmmm!!!!

Acordas para fazer de ti,
Todo o pesadelo em que a sociedade adormece,
Adormeces com ela, morres.

Vieste... Vieste ser social,
Confundiste felicidade com utupia,
Escondeste-te e vais deixar de pensar nisso,
Na comudidade covarde de não olhares para ti,
De soslaio, sem tu próprio te conheceres.
Tens pena de ti, Homem Social...
Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac...
Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac...
Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac...


Pedro Carvalho 12/09/06