quinta-feira, novembro 23, 2006, posted by Pedro Carvalho at 10:41 da tarde
Planto uma árvore pequena e frágil,
Filha de minhas histórias e sinais.
A ela lhe dou minha atenção, saber e cuidado.
A ela lhe conto as terras de sua raiz,
A ela lhe conto o seu tronco e seus cortes,
A ela lhe conto suas folhas, persistentes claro,
A ela lhe conto sua flor e o vento que a levou.

Conto-lhe seu fruto, orgulhoso resultado,
Lembrança de quem um dia floriu.
Toco seu fruto, sumo e casca do mais doce viver.
Beijo seu fruto, fruto de quem planta árvores.

Cada árvore, feito símbolo meu.
Frondoso resultado de mágoas antigas.
Histórias que planto no caminho que percorri.
E vale a pena sua sombra e frescura,
E vale a pena trepar-te e ver-me de cima.

Eu sou minhas árvores.
Minha memória, minhas canções, minhas árvores.
Vigorosas nascendo pequenas,
Mas grandes que ficam de tantos Invernos passar.
De paternal velhice irão morrer aquando eu.
Secando na sobriedade de morrer de pé.


Pedro Carvalho 23/11/06