À noite tenho saudades minhas,
Daquele eu que não procurava,
Era o que tinha, existindo por si só.
Hoje de noite converso comigo,
Converso comigo entre dentes,
Na vergonha de não saber o que procuro,
Entre as sombras que me escondem o luar.
Procuro a luz, a lua,
O brilho de cada noite,
Fusco e assombrado por recordações,
Cheias de antigos luares dourados.
Procuro o mesmo luar de sempre,
Porque se o homem for noite,
E a felicidade luar,
Que exista uma lua redonda a cada noite que passe.
Mas agora, é o agora em que adormeço,
Enleado de sombras (as memórias),
Tenho medo das trevas,
Enquanto busco a lua nova,
Por detrás de cada noite clara que passei.
Pedro Carvalho 03/08/06