“A MALTA NÃO SE ESQUECE E VAI VOTAR NA S” lembram-se?? Grandes tempos de sonho, tempos dos quais eu, o meu colega Mesquita e toda aquela equipa da S nos orgulhamos! Toda? Não será só parte dessa equipa? E como foi possível termos perdido? Pois cá vai…
Lembro-me perfeitamente do convite que me foi endereçado pelo “homem dos contactos”, para fazer parte do núcleo duro de uma lista. Esse amigo que durante todos aqueles dias FOI ENORME na tentativa e perseguição dos objectivos sempre traçados por NOS. Quando ouvi os primeiros sinais de que iria ser feita uma Lista S, foram me indiferentes, na verdade a Lista Ç tinha feito um trabalho razoável e eu não estava minimamente motivado para entrar numa lista. Depois, à data do convite foi-me entregue um projecto interessante, onde acima de tudo, a acção era comandada por pessoas onde tinha grande confiança. Fui responsável, pensei, decidi, aceitei.
Nós já tínhamos Presidente para o Conselho Fiscal. E agora? Reuniões, organização, tentativa de captação de fundos, gestão de activos materiais e financeiros, tudo foi pensado! Tínhamos jantar…Dinheiro era pouco, fui porteiro… Cobrei entradas, discursei, empenhei-me e dia após dia, as coisas estavam a acontecer. Tivemos ideias, fizemos t-shirts, fizemos promoção de campanha e chagava o dia da montagem do cenário. Correu mal, fiz kilómetros nesse dia, choveu-me em cima, carreguei tijolos. Fui só eu? Não, outros ajudaram-me, outros pintaram, outros compraram material. Lembro-me ainda hoje do amontoado de facturas dentro da “caixa do dinheiro”, era uma cassete de vídeo!!
Hoje é irónico, imaginar a cassete, imaginar o Jota como porteiro na festa da ADAC, imaginar-nos a saltar em cima das mesas… Tenho saudades, tudo aquilo foi muito gratificante para nós.
Mas sabem porque é irónico, porque nem todos viveram a lista, sim, nem todos viveram a lista, nem todos entraram com determinação no projecto, nem todos queriam que ganhássemos e, muito possivelmente, nem todos votaram em nós próprios! É certo que tudo isto acontece em todas as organizações com pessoas da nossa idade, parece-me crónico e cíclico mas tenho pena que seja assim. Analisei todas as listas no momento das candidaturas, e a nossa era a melhor, à R não reconhecia perfil para liderar um A.E. À Ç imaginava-se uma continuação da antiga Ç, mas a estrutura aparecia como algo muito diferente, quanto às pessoas, bem, há muitas às quais não reconheço capacidades para gerir a A.E. Mas afinal quem sou eu para estar a dizer isto, um simples votante (de um só voto por eleição).
Por votar por uma só vez ou por termos menos 40 pessoas na lista do que a Ç. Por existirem pessoas na Ç que nunca se mostraram importadas com a A.E, mas serviam, porque faziam numero, ou porque de facto os estudantes queriam a Lista Ç na A.E, hoje não importa.
Importa que gostei de ser um “S”, importa que tenho orgulho em ter sido um “S” activo, importa que ganhei novos amigos e um grande amigo, o Mesquita, pessoa simples, mas mais séria e mais capaz que muitas “capas de revista mimadas”, importa ter conhecido e ter-me desiludido com as pessoas, porque aprendi muito, tudo isto importa.Importa ter sido um”S”, importa ter sonhado, porque afinal de contas, “O sonho comanda a vida”, e já agora acrescento, a consciência de cada um comanda as nossas acções, a ignorância comanda as eleições e…A inoperância comanda a A.E…
Fiquem bem.